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A difícil volta ao trabalho após a licença-maternidade

Para muitas mulheres ser mãe é a realização de um grande sonho. Um sonho que envolve diversas mudanças nas rotinas pessoal e profissional, que precisam de adaptações para que possam contemplar as demandas de um bebê, e olha que não são poucas!

Para a profissional que se torna mãe, a licença-maternidade é um período importante, pois é quando ela adquire novos conhecimentos e começa a desenvolver habilidades e também inseguranças, que até então não tinha.

Passado o período da licença-maternidade, as mães começam a sofrer, afinal terão que se afastar daquele bebê indefeso por pelo menos algumas horas do dia, e como será a vida da criança sem a presença dela? Por experiência própria, garanto que as mães sobrevivem e os filhos também!

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Entendo que o grande desafio das mães que estão retomando a carreira é poder contar com alguém de confiança ou até uma instituição que proporcione segurança. O que toda mãe quer é ver seu filho bem, independente dele ter um dia ou 20 anos.

Como profissional de RH e mãe acredito que para uma profissional retornar à sua rotina de trabalho, ela precisa antes organizar a rotina da criança, ou das crianças, para evitar qualquer alteração ou mudança brusca no dia a dia.

Toda mãe pensa que só ela saberá cuidar dos filhos, que não existe ninguém melhor do que ela, que ninguém conhece as necessidades do seu bebê como ela. Apesar de tudo isso ser parcialmente verdade, ela precisa entender que ao voltar ao trabalho terá outras prioridades, entre elas continuar se desenvolvendo na carreira que escolheu e gerando os resultados que a empresa espera.

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E a forma como ela vai lidar com a nova realidade será um exercício diário de esforço, reflexão e autoconhecimento, para poder transpor a barreira de estar longe de casa. Pode até demorar um pouco, mas o melhor é que essa fase inicial passa, e logo as coisas voltam ao normal. Esse retorno deve ser gradual, pois, como digo sempre, a mãe que volta da licença-maternidade, está na empresa em alguns momentos apenas fisicamente, porque mentalmente demora um pouco mais.

Sabendo disso, os gestores e líderes precisam ter mais empatia com a funcionária que retorna ao trabalho. A maternidade é uma fase linda e cheia de novas descobertas tanto para o bebê quanto para a mãe, mas também é uma das mais complexas para a mulher.

Existem várias formas da empresa apoiar as funcionárias mães nessa volta, principalmente aquelas que não oferecem o benefício-creche. Algumas formas de contribuir para que este momento seja ainda mais especial é flexibilizar os horários da mamãe, dando a oportunidade dela fazer home office em alguns dias da semana, realizar reuniões curtas e objetivas, incentivar que os colegas de trabalho estejam conscientes e mais receptivos, acolhendo a profissional que está voltando e que chega muitas vezes cheia de medos e culpa por deixar o filho em casa.

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Aqui na Soulan nós lançamos o programa “Mamãe Recrutadora”, que dá a oportunidade para mães trabalharem sem que para isso precisem ficar longe de seus filhos. Pelo programa elas realizam as entrevistas on-line de suas casa em horários que não interferem na rotina da criança. O programa começou, no início de 2019, como uma experiência sem grandes expectativas, mas já trouxe excelentes resultados. Atualmente contamos com várias profissionais trabalhando neste formato em diversas partes do país.

Mas sabemos também que existe o outro lado da moeda. Muitas empresas não têm o mesmo tratamento respeitoso e inclusivo com as mulheres e muitos me perguntam como lidar com isso. Do meu ponto de vista profissional, a dica é: se a empresa em que você está não lhe valoriza após a licença-maternidade, a decisão é sua de continuar ou não. Afinal, será que vale a pena fazer parte de uma organização assim? É importante ressaltar que o bem-estar e a qualidade de vida das profissionais é o que realmente importam, sendo assim a escolha da mãe trabalhadora é que o deve contar!

E cá entre nós, se ainda existem empresas que questionam o profissionalismo da mulher na volta ao trabalho após dar à luz, elas precisam urgentemente repensar suas políticas de gestão e propósitos institucionais, caso contrário estarão fadadas ao fracasso empresarial. Não há mais lugar no mundo para preconceitos de nenhuma espécie.

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Por Taís Rocha de Souza: É Diretora de Operações do Grupo Soulan.

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