Colunistas

A descoberta da leitura

Domingo passado fizemos um passeio diferente. Ao invés de usar o carro, optamos por caminhar os três em direção ao Centro. Moramos relativamente perto e em poucos minutos descemos a Marechal Floriano e estávamos junto a praças, sorveterias e dos demais atrativos que Santa Cruz proporciona.

A temperatura estava agradável e convidativa a atividades ao ar livre. Antônio ficou empolgado e queria ir a pé até o colégio onde estuda, mas conversamos e ele concordou que seria um tanto longe. Nas mãos, apenas as chaves de casa e o celular para ser usado em caso de alguma necessidade especial.

Estamos em fase de alfabetização. Aos 6 anos, meu filho aos poucos vai conhecendo as letras, formando as palavras e realizando as primeiras leituras. Há alguns dias leu um livro sozinho e, claro, todos comemoramos. Agora passou a deixar bilhetes para mim e a Verushka espalhados pela casa.

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Estes dias, perto do almoço, quando vimos, chegou com uma folha em que escreveu “pai e mãe amo ‘muinto’ vocês”. É daquelas coisas que nos deixam cheios de orgulho. Afinal, cada momento é uma descoberta.

E foi assim no nosso passeio de domingo. Não estávamos preocupados com o tempo, mas sim em aproveitar o que a cidade tem de bom e proporcionar um novo jeito de aprender para o rapazinho, que aliás, naquele dia ficou eufórico com a queda de mais um dente.

Embora estejamos acostumados a cruzar o Túnel Verde todos os dias, foi em meio à tranquilidade daquela tarde que o Antônio aproveitou para ler placas, vitrines, avisos e tudo o mais que via. Em alguns momentos precisou de ajuda principalmente para identificar os diferentes tipos de letras. E convenhamos, algumas coisas que aparecem por aí confundem até mesmo os leitores mais experientes. Em uma placa, o “T” de “sorveteria” parecia um “J”.

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Questões tipográficas à parte, foi uma experiência que envolveu toda a família, despertou sentidos, permitiu contemplar coisas que nem sempre vemos e contribuiu para o aprendizado dos três. Desde os primeiros meses de vida meu filho tem contato com livros e leitura, tanto que já formou uma pequena biblioteca no quarto.

No colégio, vai à biblioteca com frequência e leva pelo menos dois livros por vez. Não restam dúvidas da importância que esse estímulo teve e continua a ter no seu desenvolvimento e capacidade de se comunicar. Ao se familiarizar com o que as placas das ruas dizem, vai aprendendo a conhecer sua cidade, cores e sensações que as ruas são capazes de proporcionar. E a Feira do Livro que se aproxima, com certeza, será mais uma oportunidade para vivenciarmos a experiência fantástica da leitura.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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