A degradação da linguagem

Praticamente, há unanimidade de opinião acerca do evidente empobrecimento dos debates em geral, do político em especial. Um dos sinais mais expressivos dessa miserabilização se opera através da linguagem. Passo seguinte, ocorre a intoxicação de aspectos éticos e ideológicos. Baixa linguagem, decadência cultural, moralidade e política rasa interagem e se autodegradam, paulatinamente.

Parece ser um fenômeno irreversível e consequência da (inter)comunicação massiva e popular. A contrastante diversidade sociocultural das plateias e dos agentes determina o baixo nivelamento da linguagem adotada.
Em comum, a vulgaridade. A incorporação do vulgar, do grosseiro, da insolência e, às vezes, até da violência verbal rompe a barreira do razoável e contamina as ideias. Para pior!

Por exemplo, alguns políticos, em defesa própria, contra-argumentam e se autointitulam como autênticos. Ora, ora, na verdade, são apenas grosseiros. Isso quando não alegam algo irresponsável, qual seja, de que falam a linguagem do público. Logo, o que deveria ser uma tarefa de alto nível, educação e politização popular, provoca um efeito contrário e agravante. O debate desanda e as ofensas surgem inevitavelmente.

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Os diálogos necessários dão lugar aos repetitivos e agressivos monólogos. E as divergências passam a soar como insultos e provocações. Então, qual a grave consequência desse processo de rebaixamento da linguagem e do diálogo? Demagogia e intolerância.

A ironia desse processo de degradação é que ele parte e é liderado justamente por aqueles setores e mecanismos que deveriam ser exemplares. Entre tais, os poderes de Estado, a política, os partidos e os candidatos. E, por consequência, o processo eleitoral. Afinal, serão os futuros líderes e comandantes de municípios, estados e da própria nação. Mais grave: investidos nas funções formais de representação e poder de Estado.

A conjunção de fatores negativos é assustadora. Se há a degradação da palavra, dos costumes e das ideias por intoxicação e contaminação, e vigoram, afinal, a demagogia e a intolerância, restam no poder os mais servis, sob a liderança dos novos déspotas. E se afastam os cansados e os dissidentes do autodestrutivo processo. E restam vitimados a linguagem e o diálogo, o pensamento crítico e a democrática divergência.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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