Hoje em dia é difícil se imaginar em passar um dia sem o uso dos avanços tecnológicos. Mesmo quem está de férias e coloca as pernas para o ar, não deixa de lado as invenções do último século, seja o telefone celular, os modelos mais recentes de TV, a máquina fotográfica digital, o refrigerador frost free (para pegar aquela água geladinha – com ou sem álcool). Para escrever umas poucas e simples linhas, a grande maioria recorre ao computador, deixando de lado o manuscrito ou a máquina de escrever, que virou objeto de museu. O problema é quando qualquer um desses equipamentos falha. Quem em alguma destas ocasiões já não sugeriu voltar a usar os antigos dispositivos, mesmo em tom de brincadeira?
Virou moda hoje toda vez que algo falha atribuir a culpa ao sistema. Essa palavra, aparentemente simples, ganhou uma dimensão estratosférica e que fica cada vez maior à medida que novos avanços tecnológicos se incorporam ao nosso cotidiano. Quando dá um apagão na energia elétrica, por exemplo, a culpa é do sistema (interligado nacional). Quando a maquininha não consegue fazer a leitura do cartão de crédito ou débito na hora do pagamento, o problema está no sistema, e assim vai. Quem ultimamente já não foi vítima do sistema?
Experiências não faltam. Algumas vezes em sucessão. Há algum tempo, ao sair de viagem, em uma parada no meio do caminho, no momento da partida, o motor do carro simplesmente não deu sinal ao virar a chave. Como estava em área urbana, ao lado de um posto de combustíveis, não recorri à seguradora, pois as experiências anteriores mostraram que, depois de meia hora informando meus dados e localização, o socorro demoraria um tanto para chegar. Por culpa do sistema. Busquei um mecânico próximo que pudesse fazer a ligação com cabos conectados em outra bateria. Em outros tempos, nesse caso, se tentaria fazer o carro pegar no tranco. Hoje, isso não é recomendável, pois desregula o sistema do motor.
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Na volta para casa, logo tentei agendar um horário na assistência técnica (que tempos atrás se chamava de oficina mecânica). Nada feito nas primeiras tentativas. O sistema não estava funcionando. Após finalmente conseguir a marcação, no dia, ao chegar ao local, a atendente logo me disse que no momento não poderia fazer nada no carro. Por quê? O sistema estava fora. Como fora? Em pleno dia de semana foi passear?
Está difícil viver sem e com o sistema. Os problemas na saúde pública são atribuídos ao sistema (veja o nome: Sistema Único de Saúde – SUS). As questões políticas que desafiam o desenvolvimento do País são consideradas consequência do sistema vigente. E assim dá para se enumerar uma longa lista sistemática. Pelo andar da carruagem, fica a apreensão sobre o risco de o sistema nos levar um dia ao caos. Ao que tudo indica, o mundo está precisando aperfeiçoar os seus sistemas.
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