Estamos em período eleitoral. É um fenômeno que se registra a cada dois anos. A disputa deste ano é aquela que provoca a maior mobilização das comunidades, não importa a região ou tamanho do município.

Prefeitos e vereadores são vitais para as nossas vidas porque seus atos repercutem em nossas famílias e negócios. Diferentemente do governador e do presidente da república, o prefeito é cobrado por onde quer que ande. Isso acontece na igreja, na cancha de bocha, no mercado, na pescaria e no futebol, onde amigos e desafetos fazem cobranças sem rodeios. A relação é olho no olho, não tem como fugir.

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Neste ano observo uma característica diferente de outras eleições. Nos últimos dias tenho recebido mensagem de vários amigos dando conta que decidiram participar da disputa, o que é uma notícia alvissareira. Independentemente de partido ou da ideologia escolhidos, tenho profunda admiração por essas pessoas que submetem seus nomes e biografias à apreciação pública, indiferentes à generalização de que “política só tem ladrão e sem-vergonha”.

A política, muitas vezes de maneira injusta, tem sido demonizada pela proliferação de notícias negativas que recebem destaque muito maior que os bons exemplos que existem mundo afora. É bom lembrar que foi através da política que fizemos a transição da ditadura para a democracia. É o processo onde se pode votar, eleger, cassar mandatos ou restabelecer a normalidade constitucional do país. Exemplo dessa capacidade foram os recentes impeachments dos ex-presidentes da república Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, sem entrar no mérito dos respectivos processos.

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Amigos que disputarão o pleito de outubro são pessoas simples e “normais”, com emprego, família, sonhos e que, através de suas experiências de vida, poderão qualificar as câmaras de vereadores e prefeituras. Sim, pessoas como nós podem contribuir com a riqueza de suas experiências. Sair da chamada “zona de conforto” para gastar tempo, energia e recursos financeiros próprios para brigar por uma vaga na política merece reconhecimento. E deveria servir de inspiração.

Rui Barbosa disse: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Pois esses brasileiros simples, do povo, como a maioria de nós, se insurgiram contra a generalização de que “todo político é corrupto, não presta e é ladrão”.

Parabéns àqueles que participarão da disputa, colocando seu nome à apreciação pública e mostrando que entrar na disputa é lutar pela qualificação de nossos parlamentos.

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