A Expoagro Afubra, em sua 21a edição, entre terça e sexta-feira, reafirmou a sua importância absoluta na difusão de tecnologias para as propriedades rurais de perfil familiar. A maioria dos eventos do agro em realidade nacional mira as grandes propriedades, ou as fazendas conduzidas de maneira empresarial, muitas vezes centradas na produção de commodities para exportação. Nesse sentido, a Expoagro salienta seu virtuosismo ao evidenciar técnicas e soluções para médias, pequenas ou até microáreas, nas quais se cultivam os alimentos que vão parar na mesa da população de seu entorno.
O que se viu (e a Gazeta o buscou compartilhar com leitores, internautas e ouvintes diariamente em suas plataformas) foi um show de insumos e recursos de vanguarda. Como não poderia deixar de ser, alternativas para fazer frente ou para minimizar os impactos da estiagem estiveram na ordem do dia. Desde as primeiras manifestações das lideranças, na abertura, na terça-feira, a preocupação com os efeitos da falta de chuvas regulares ao longo do verão, e isso nos últimos anos, foi manifestada por todos. Assim, cumpre buscar meios de os agricultores poderem, ao máximo possível, conviver com tais comportamentos climáticos.
Assegurar toda e qualquer forma de produzir, armazenar e conservar água, e depois usá-la de maneira criteriosa, serão mandamentos a partir de agora, e talvez para sempre. Já não basta que chova bastante, e com frequência, nos meses fora do verão; é preciso que essa água seja captada, armazenada e conservada com máxima eficiência, a fim de tê-la disponível para as diversas finalidades. E já nem se trata apenas de uma questão de abastecimento; trata-se também de um componente econômico, financeiro, porque dispor de água, em quantidade e com qualidade, tende a ficar cada vez mais caro para o bolso. Assim, se ela cai do céu (e de graça), só mesmo os absolutamente inconsequentes e inconvenientes a desperdiçariam na sociedade atual.
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A Expoagro foi um espaço por excelência para tal advertência ambiental, à qual se agregaram todas as demais demandas hoje onipresentes na pequena propriedade rural de perfil familiar: energia, mão de obra, mecanização, automação, diversificação de fontes de renda, insumos dotados de biossegurança (isto é, que não façam mal nem ao ser humano, nem à flora e à fauna do entorno), remuneração justa e digna para todos os elos de um setor, alimentação sadia e de qualidade para uma população crescente, cada vez mais urbana e, mesmo que pouco afeita às especificidades da produção de alimentos, cada vez mais exigente.
O que a Expoagro Afubra fez pela região, pelo Estado e pelo País em apenas quatro dias fica como um legado, como um exemplo, do que se espera de cada entidade, e do que a elas compete, em favor de um mundo melhor. Já fica a expectativa, plena, para a 22a edição, em 2024. Um bom final de semana para todos.
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