Sobradinho, que já nos deu os Scherer, o vinho e o feijão, guardou para este comecinho de 2019 um prêmio musical para lá de especial, também, por nosso “bom” comportamento. Não faz nem uma semana que desceu a serra e se estabeleceu por aqui o cantor e guitarrista Ediberto Patta, compositor e frontman da Cientista Bleach, banda que é uma espécie de extensão da clássica Superfusa – e que há mais ou menos quatro anos busca uma brechinha ao sol nesta já tão disputada clareira do rock gaúcho.
E o Patta, de pato não tem nada. Ontem à tarde, em entrevista para o programa Rede Social, da Rádio Gazeta, Patta disse acreditar que aqui está mais próximo dos acontecimentos culturais, musicais, da boemia intelectual, e tal, sem desmerecer, claro, tudo o que rola lá pelos altos, em sua terra natal. Tem mais possibilidades de shows, que é o que lhe interessa. Está, segundo ele, “mais próximo dos acontecimentos” e de seus outros dois companheiros de banda também, o tecladista e contrabaixista Jeancarlo Leismann, de Venâncio Aires, e o baterista Jardel Ellwanger, de Candelária.
A vida é louca. Os guris se viram nos trinta para manter sua arte em pé, saudável, e não poupam pá de cimento para pavimentar uma trajetória mais sólida e viável, economicamente falando. O artista, afinal, precisa sobreviver e… e isso tudo é muito rock’n roll! E corajoso. E nesta de “possibilidades de shows”, Patta não está de brincadeira. De uma hora para outra, a agenda da CB começa a inflar. Sábado, por exemplo, eles praticamente vão ter de estar em dois lugares (quase) ao mesmo tempo: apresentam-se a partir das 19 horas no Summer Rock Festival, na Pisarbem do Max Shopping Germânia e, às 21, no Quintal da Heilige, a fábrica. “As coisas começam a acontecer de uma forma muito rápida”, disse o maestro Leismann, que esteve com Patta nos estúdios da rádio. “Mas assim que é bom. Ficar parado não dá.
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Uma agenda cheia nos motiva a trabalhar.” Leismann se desloca toda semana até Santa Maria, onde rege dois corais, dá aulas… Enfim. Na correria, os rapazes ainda encontraram tempo para, no ano passado, gravar o primeiro EP do power trio, homônimom, com cinco canções próprias: Caminhos, Soul de Ninguém, Seu Melhor Amigo, Talvez um Blues e Inglesinha. Malandros, procuraram o auxílio do guitarrista e produtor musical santa-cruzense Alison Knak, do Estúdio Sol, para quem eles só têm elogios. “Bah, o cara é demais! Baita músico e parceiro.”
O disco mostra – foi gravado com este objetivo – um pouco do ecletismo da banda, que faz tudo muito bem, com o tempero exato do pop-funk-rock-soul-psicodélico, instrumentalmente impressionante, e letras com boas sacadas poéticas e divertidas do tipo “Somos duas partes / De um corpo inteiro / E a gente passa o tempo / Olhando o tempo passar.” Tomara bem loguinho a gente esteja noticiando aqui o lançamento do primeiro CD. Por enquanto, vá aos shows e curta os guris no Face no YouTube e no site.
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