Era 1979. Aos 19 anos, quando viu o cavalete e o professor Francisco Brilhante pintar uma tela em plena Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, Cynthia Scanavino despertou para o que seria uma longa relação com a arte. E foi justamente ali que ela participou de um curso que resultou no primeiro quadro de sua carreira, com a técnica de óleo sobre tela.
Dois anos depois, na Escola Nacional de Desenho, Cynthia começou a delinear a tendência de transformar rostos em obras de arte – o que, mais tarde, seria a sua identidade como artista plástica. É quando ela desenha o rosto da mãe, em 1982.
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Embora o despertar da arte estivesse latente desde muito jovem as escolhas de Cynthia a conduziram para a área do Direito. Depois de formada, passou a atuar no Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS). A arte acabou se tornando um hobby.
Já a relação dela com Santa Cruz iniciou em 2000, após o ex-marido aceitar uma promoção no trabalho. Aqui começou uma caminhada que já dura 20 anos. As aulas com a artista plástica Márcia Marostega marcaram a trajetória de Cynthia. “Foi a partir daí que comecei a me encontrar na temática de rosto, que forma minha identidade.”
Apesar de a pintura de rostos ter sido constante, Cynthia arriscou outras possibilidades. Houve tentativas com paisagens, flores e outros elementos, mas os rostos se tornaram um caminho natural. “Não há uma explicação para isso. Os olhos falam muito comigo.”
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O estilo da obra de Cynthia está calcado no impressionismo clássico com nuances no moderno e no neoexpressionismo. As primeiras telas da artista são em tinta acrílica. Atualmente, predomina o óleo sobre tela. “São mesclas de tinta óleo com carvão, giz pastel, lápis carvão… Gosto muito do carvão.”
Quanto às cores, a artista diz não ter preferência por nenhuma em específico. A inspiração vem do sentir através da escolha de uma foto, de uma cena de um filme ou de um olhar que desperte em Cynthia algo especial. O ateliê funciona em sua casa. “A arte sempre esteve na minha alma.” Um dos diferenciais da obra é a não identificação das telas por nomes. “Prefiro que a pessoa olhe e sinta!”
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A aposentadoria, em 2018, marca o início de uma maior dedicação à arte enquanto ofício. Os anos de 2021 e 2022 são considerados pontuais para Cynthia. É quando ela inicia o curso de desenho e pintura impressionista com Theo Felizzola. Influenciada por ele, no momento, considera-se uma artista em transição em meio a um período de mudanças em sua arte.
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Cynthia tem diversas premiações na carreira dentro e fora do Estado, além de menções honrosas. Uma de suas obras, Rui Barbosa e a Criação dos Tribunais de Contas no Brasil 2012, foi doada ao TCE-RS e se encontra na sala da Presidência do órgão público.
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Cynthia Scanavino possui um site (www.cynthiascanavino.art.br) onde é possível conhecer mais sobre a artista. Enquanto o espectador navega pelo conteúdo, ao fundo, pode ouvir uma música de Chopin: “Para tocar a alma enquanto olha as obras”, destaca.
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