Centro-Serra

“A arte, a poesia e o amor fazem a vida valer a pena”, ressalta Adroaldo Torrel

“A gente veio para esse mundo para aprender.” Assim descreve um dos escritores homenageados da 28ª edição da Feira do Livro de Sobradinho, ao falar sobre a importância da leitura e escrita e do incentivo às novas gerações.

Adroaldo Oliveira Torrel, de 62 anos, é natural de Sobradinho, casado com Eroni Berta Torrel e pai de Cibele (casada com Leandro Konzen) e Letyéle, avô de Kiara Torrel Konzen. O designer gráfico encontrou nas palavras uma forma de registrar a vida, sentimentos, sensações e até mesmo acontecimentos. Em entrevista à Gazeta, revelou que sua ligação com a leitura começou muito cedo. “Meu pai Oscar lia muito, e eu acabei acompanhando ele. E nós tínhamos também uma turma que lia, pois antigamente eram poucas pessoas que tinham telefone e suas funções não eram como hoje. Também por influência de alguns amigos mais velhos que eu, que gostavam de livros de ‘bang bang’, bons livros, eu comecei a me interessar por estas histórias. A gente trocava livros. Naquela época eu tinha uns 4 mil livros daqueles”, recorda Adroaldo.

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Com o despertar para a leitura, se interessou também por outras obras, dos mais variados gêneros literários e assuntos. “Principalmente História, Geografia, Religiões. Leio, e leio muito. Segui com este hábito. Então, naturalmente, ao ler muito, também surgiu a escrita, de contos, crônicas, poesias… com o tempo você vai aprimorando, vai lendo outros textos, pegando sugestões, opiniões, e vai melhorando”, salienta o homenageado, que tem entre seus objetivos a publicação de um livro.

Foto: Nathana Redin

Do período escolar, Adroaldo lembra que, ao iniciar mais um ano, pegava seu caderno da série anterior e apagava algumas páginas escritas a lápis para poder escrever seus versos. “Eu achava meu meio, uma forma para registrar”, destaca.

Com o gosto pela leitura, atualmente, o sobradinhense mantém em casa mais de 800 livros, inspirações e histórias que certamente já o transportaram diversas vezes para viagens que vão muito além das páginas que lê. “Ler e escrever é cultura, é conhecimento. A gente veio aqui nesse mundo para aprender a ter conhecimento, porque não se leva nada, só aquilo que tu aprende”, ressalta.

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Com seus textos, o designer já participou de diversos concursos, entre os quais o Concurso Literário Jornalista Valacir Cremonese, de Sobradinho. Também lembrou Adroaldo de um concurso promovido em Marabá (Pará), no qual conquistou o segundo lugar a nível internacional, e também de um concurso nacional, em São Paulo, onde entre mais de 3.800 inscritos foi selecionado entre os 50 finalistas para a produção de um livro, sendo o único gaúcho.

Foto: Juliano Morais

Entre os temas que costumam estar em evidência em suas produções está o amor em suas infinitas formas. “A arte, a poesia e o amor fazem a vida valer a pena. Sem isso aí não tem graça”, ressalta. Adroaldo também menciona o poder da escrita. “Se eu escrever uma poesia e o leitor não se emocionar de alguma forma, então eu não atingi o meu objetivo.”

A inspiração costuma surgir em diferentes momentos, em experiências pessoais ou na observação cotidiana. “É preciso estar com papel e caneta em prontidão. A inspiração vem do cotidiano, dos sentimentos e também das dores.”

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Adroaldo revela que se sentiu surpreso com a escolha para escritor homenageado da Feira do Livro de sua terra natal. “Me pegou de surpresa, mas é uma grande honra ser reconhecido. Tu não faz alguma coisa pensando nisso, mas quando acontece fica contente e pensa: ‘bom, estou no caminho certo’. Estou muito feliz”, enfatiza.

Além do universo literário, Adroaldo contribui há alguns anos, durante a Feira do Livro, para a promoção do esporte, através do jogo de xadrez. Membro fundador e presidente do Centro Serra Xadrez Clube, em 2024 foi a 7ª edição do Torneio de Xadrez de Sobradinho e o 7º Torneio Aberto Escolar. “O xadrez é muito bom para diversas áreas. Matemática, raciocínio, concentração, a pensar sobre tomada de ações, sobre respeito, responsabilidade… O torneio começou dentro da Feira do Livro e virou tradição. Começamos com 25 participantes e na edição do ano passado foram mais de 60. É na Praça Cornedo Vicentino, em local aberto, justamente para despertar atenção do público e que cada vez mais pessoas se interessem em participar”, acrescenta o homenageado.

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Foto: Nathana Redin

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Nathana Redin

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Nathana Redin

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