Nos próximos dias 13 e 20 de novembro, mais de 3,3 milhões de brasileiros, em sua maioria jovens que estão concluindo o último ano do Ensino Médio, irão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, a principal porta de entrada do ensino superior no país, e que também dá acesso a programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).
Quatro cidades do Vale do Rio Pardo vão receber alunos que irão fazer as provas presenciais: Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e Venâncio Aires. Santa Cruz também é uma das seis cidades gaúchas selecionadas para sediar 100 vagas para os alunos que se cadastraram para fazer a prova digitalmente, em substituição ao teste escrito.
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No primeiro dia, a prova inclui os temas linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. Na semana seguinte, no segundo dia de exame, os alunos respondem sobre ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.
Na reta final da preparação, os jovens que estão prestes a passar por uma importante etapa de suas vidas relatam as dificuldades esperadas no exame e as técnicas dos preparativos para enfrentar a prova, que terá até cinco horas e meia de duração no primeiro dia.
Aos 18 anos, Esmael Henrique Bublitz irá fazer o Enem pela primeira vez. O estudante é aluno da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) que adota a pedagogia da alternância. Esmael, que pretende cursar Agronomia no ensino superior, tem sua rotina dividida entre uma semana vivendo na escola e uma semana em casa, realizando atividades na propriedade de seus pais em São Martinho, interior de Santa Cruz.
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Para se preparar para o Enem, ele ampliou o volume de estudos em casa. “Temos atividades bem intensas na escola. Então, quando a gente vai pra casa, a gente leva atividades extras e tem que reservar um tempo para estudar além das atividades que a gente leva pra casa. Temos um grupo de monitores bem qualificado, que trazem conteúdos bem interessantes que possam cair no Enem. Mas por ser a primeira vez, dá um desconforto, não sei como vai ser o momento, como vai ser passar por aquele período”, confessa o aluno do 3º ano do Ensino Médio.
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Dicas
Antes da prova
- Mantenha o ritmo de estudos – exagerar na reta final não é o ideal.
- Conheça a estrutura da prova e as questões e conteúdos que podem cair.
- Estude com provas simuladas do Enem.
- Confira no edital o local de sua prova, não esqueça documento com foto.
Durante a prova
- Comece pelo rascunho da redação e pelos assuntos que mais domina.
- Leve uma garrafa de água e desligue o celular.
- Leia as questões com muita calma e releia o que escreveu.
- Fique atento ao edital para atitudes dentro da sala da prova que podem desclassificá-lo.
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Reta final é para estruturar o emocional
O coordenador pedagógico do Colégio Mauá, Waldy Lau Filho, trabalha há 28 anos com jovens secundaristas na iminência de prestar o vestibular. O professor de história avalia que os últimos dias da preparação para o Enem devem servir para organizar o que o estudante irá fazer durante a prova.
Ele destaca que é muito mais difícil para o aluno que reserva os últimos dias antes do exame para tentar recuperar o tempo perdido com conteúdos que não foram aprimorados. A preparação ideal para o exame deve começar muito antes, no início do ensino médio, alerta o educador. “Para o aluno que hoje pensa ‘eu não estudei nada, vou com tudo’, é muito complicado, porque são muitas competências e habilidades para desenvolver. Isso é uma vida que se produz e o Ensino Médio é o período final dessa preparação.”
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Waldy é professor da jovem Lara Eduarda Costa, de 17 anos. Ela passou pela preparação que o educandário disponibiliza desde o primeiro ano do Ensino Médio e diz sentir-se preparada para encarar as 90 questões divididas em dois dias de prova. Apesar disso, a aluna, que quer cursar Medicina, também sente a pressão do momento. “É inevitável ficar ansiosa, mas eu acredito que o conhecimento seja algo que a gente vem construindo. Desde o início do ensino médio, eu estava ciente de que no terceiro ano eu ia prestar o Enem. Então, vim me esforçando e me dedicando, e estou muito confiante”, disse.
Já a aluna da Efasc, Marisa Sehn, de 17 anos, não sente a mesma confiança. Ela diz que não se organizou para estudar o necessário para ser aprovada no curso de Agronomia, que é seu objetivo. Ela reside com os pais em Linha Paredão São Pedro, no interior de Sinimbu, e fez o Enem no ano passado, como forma de conhecer a prova.
Apesar de já saber como será o processo, está preocupada com o resultado. “Eu confesso que estou um pouco nervosa, acabei não me dedicando tanto para o Enem, talvez eu não consiga passar. No meu caso, acho as questões mais difíceis que a redação. Principalmente na prova de linguagens e ciências humanas, que as questões são mais extensas. E ao longo da prova, vai se tornando cansativo”, aponta.
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Para auxiliar os estudantes que ainda estão inseguros sobre como lidar com a pressão na hora da prova, o professor Waldy alerta que a grande questão do Enem é a administração do tempo, e o ideal é chegar para fazer o exame já com uma estratégia a ser seguida. O que se recomenda sempre é que ele comece pelo que tem mais facilidade.
“Antes de fazer as 90 questões, é recomendado ele fazer o rascunho da redação. A redação é a matéria que mais peso tem, a nota mais alta possível. Por que fazer primeiro o rascunho e por último passar a limpo? Para dar um tempo na prova, de se distanciar da primeira versão do texto, poder reler e passar a limpo. Muitas vezes, quando a gente faz o rascunho e já passa a limpo, a gente não percebe uma palavra, uma ideia, que poderia estar melhor”, alerta o professor.
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