O baixo nível do Lago Dourado, que garante o abastecimento de água em Santa Cruz, vem preocupando devido à estiagem que assola o Estado. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quinta-feira, 23, o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst), Auro Schilling, reforçou o temor da entidade com a estiagem na região. Conforme o presidente, a Agerst deve levar à Prefeitura possíveis ações para amenizar a situação – e a multa não é descartada por ele.

“Todo mundo sabe da situação de falta de chuva, estamos passando por uma crise hídrica”, disse, afirmando que o assunto foi discutido na reunião mais recente da Agerst. “Soubemos que há uma lei em Venâncio Aires que estabelece a multa [para desperdício de água]. Eu acho que deveria ter alguma ação deste lado em Santa Cruz, talvez inibiria muita gente de ter esse consumo exagerado, aos moldes da lei de Venâncio.”

Ele ainda afirmou que foi solicitada à Corsan que se faça uma campanha mais ativa para conscientizar a população. “O pessoal não se dá conta, enquanto abre a torneira e tem água, pensa ‘vou usar, lavar o carro, etc’. Precisa haver uma conscientização, tem que ter essa consciência. Todo mundo está sofrendo com a falta de água”, finalizou Schilling.

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O secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Artur Schuh também conversou com a Rádio Gazeta na manhã desta quinta-feira, 23. Ele explicou que há uma preocupação com a falta de água, mas existe também uma certa tranquilidade, já que o nível do Lago Dourado ainda possibilita cerca de 40 dias de abastecimento. Prazo que também coincide com a previsão de chuvas mais significativas para o município.

Schuh enfatiza que para seguir com o abastecimento tranquilo em Santa Cruz é preciso que a população colabore, consumindo água de maneira moderada, sem desperdícios. Sem lavar carro ou a calçada. Sobre a possibilidade de uma multa para quem desperdiçar, o secretário explica que estas decisões são tomadas no gabinete do prefeito. “O prefeito é quem define se precisa de uma intensificação no controle ou não. ”

Sobre os questionamentos da população para um possível aumento na capacidade do Lago Dourado, para que possa armazenar mais água, Schuh explica que as decisões técnicas são sempre discutidas com a Corsan, que tem feito um levantamento diário no local. “Aumentar a capacidade de armazenamento é algo que está sendo considerado. ”

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MULTA EM VENÂNCIO CHEGA A R$ 230,00

Em decreto publicado no dia 17 de março, Venâncio Aires estipulou a multa de R$ 230,00 para quem desperdiçar água com atividades não essenciais. Como lavar carros, irrigar grama e jardins, repor água em piscinas, lavar calçadas ou telhados de prédios comerciais, industriais ou residências. O documento salienta que desde de 6 de janeiro, quando foi decretada a situação de emergência no município não houve normalização no sistema de abastecimento. Quem não cumpre a norma estabelecida recebe primeiro uma advertência. Em caso de reincidência, é aplicada a multa, o valor equivale a 50 UPM’s (unidades padrão municipais).

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FAMÍLIAS NO INTERIOR

O secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Artur Schuh conta que desde janeiro até agora os caminhões-pipa da Prefeitura de Santa Cruz já entregaram 3 mil metros cúbicos de água para famílias no interior. As propriedades atendidas são, na maioria, locais que não aderiram as redes hídricas e ainda tem água de fontes naturais, como olho d’água, ou de poços tipo cacimba. Schuh lembra que além de atender estas famílias, as equipes seguem trabalhando na instalação das redes. “Estamos num esforço para atender toda a população, mas também estamos no meio da instalação das redes. ”

São os casos das localidades de São Martinho e Monte Alverne, onde as obras ainda devem demorar cerca de um mês para serem concluídas. O secretário acredita que se a estiagem se manter por mais tempo não terá um aumento nas famílias atendidas, justamente por causa das redes hídricas, que melhoraram o abastecimento nas propriedades.