Foi comprando a ração para os três “filhos de pelo”, Nina Tamborzinho, Otti e a pequena Suzi, que a professora de inglês Monica Inês Schuck pensou em confeccionar mochilas e sacolas. Ao perceber o excesso de plástico que ia fora quando acabava cada saco de 50 quilos de ração, ela imaginou que poderia fazer alguma coisa de útil na pandemia. Testou formas e moldes, e descobriu um talento extra: criar sacolas ecológicas, estojos e bolsas usando como base o plástico que era descartado.
Ao lado dos cães, Monica passa as tardes no apartamento dela, no Centro de Santa Cruz do Sul, inventando utilidades a partir da reciclagem. “Pensei que podia fabricar alguma coisa com aquele monte de plástico que acaba indo fora depois que é vendida a ração.” Com os sacos coletados na agropecuária, a professora posicionou-se em frente à máquina de costura centenária e colocou a mente para funcionar.
Herança da avó materna, Guilhermina Kroth, a velha Singer tem mais de cem anos. É tocada com a força do pedal, exercitado por Monica quase todo dia durante a pandemia. “O custo é muito baixo. É necessário pouco material comprado. Com R$ 10,00 e alguns sacos é possível fazer dez estojos, por exemplo.” A ideia dela é também viabilizar a produção de material para utilizar na escola.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Educar-se realiza ação com cultivo de buchas vegetais
O tempo extra em casa por causa do isolamento social e por não estar em sala de aula fez com que ela repensasse sua relação com o planeta. Monica tem experimentado também a confecção de bolsas em crochê, o uso de materiais plásticos para outras finalidades e a reutilização do papel. “Lembro-me do tempo em que se ia no supermercado e recebíamos as compras em embalagens de papel. Agora eu uso as minhas sacolas para fazer as compras, todos elogiam”, complementou.
LEIA TAMBÉM: Sombrinhas ganham novos usos por meio da reciclagem
Publicidade
Monica também não gosta muito de celular. Ela nem tem WhatsApp, mas quer compartilhar suas novas descobertas com quem quiser aprender. O instinto de professora fala mais alto, e a cátedra no sangue a impulsiona a ajudar quem está ocioso e propenso a fazer algo para ajudar o planeta.
“A ideia é mostrar que dá para fazer, dá para pensar diferente. No caso das sacolas, dá para costurar à mão também, não é necessário ter máquina de costura”, ressaltou a professora. O contato, para conferir as invenções dela de perto ou pegar algumas aulas, pode ser feito por meio do perfil de Monica Schuck no Facebook.
LEIA TAMBÉM: O novo normal é investir no bem-estar em casa
Publicidade