Uma iniciativa da Emater/ RS-Ascar, em parceria com a Embrapa, vai discutir e trazer atualizações de informações técnicas a respeito do cultivo da batata-inglesa para produtores e estudantes no Vale do Rio Pardo. A atividade atende a pedidos de associados das cooperativas da região, interessados em retomar o plantio da espécie e comercializar a produção em novos mercados. O evento aberto ocorre de forma virtual nesta quarta-feira, 2, a partir das 19 horas no canal da Embrapa no YouTube.
A plantação de batata-inglesa perdeu força com o passar dos anos no Vale do Rio Pardo. Conforme o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Edson Mohr, muitos agricultores plantam apenas para consumo próprio. “Não vou dizer que é uma cultura que foi esquecida, mas foi abandonada em termos comerciais. Não temos integradoras que adquirem o produto e não existem empresas que dão assistência técnica e fornecem insumos aos produtores.”
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No Vale do Rio Pardo e em toda a região central do Rio Grande do Sul, a batatinha enfrenta a concorrência do tabaco, do arroz e da soja, que possuem grande infraestrutura e valor comercial. “O que se pensa é orientar esses agricultores, especialmente os ligados às pequenas cooperativas que lidam com feiras ou vendem diretamente aos consumidores e mercados institucionais. Há também o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que sempre pede a batata, por ser um alimento importante na alimentação”, destaca.
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A recente popularização dos alimentos orgânicos e do consumo de itens produzidos localmente é um estímulo. “A ideia é incentivar esses pequenos plantios, talvez usando menos agroquímicos, para fazer uma produção um pouco diferenciada. Talvez se torne um produto um pouco mais caro, mas o nosso consumidor atual está valorizando o produto mais natural.” Mohr destaca, ainda, que o clima e o solo da região são apropriados para a produção, que pode ocorrer na primavera, no final do verão e até mesmo entre janeiro e fevereiro, dependendo da localidade.
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Diversificação
A proposta das instituições não é de monocultura, ou seja, dedicação exclusiva à batatinha. Segundo Edson Mohr, a sugestão é de diversificação, especialmente para os produtores que já se dedicam à produção de alimentos e atendem feiras rurais e escolas. “Nós não vamos incentivar o monocultivo, porque é uma cultura que pode sofrer danos dependendo das condições, seja pelo clima adverso ou pela incidência de pragas e doenças” afirma.
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Os produtores que já fazem o plantio de mandioca, batata-doce, frutas e verduras podem incluir a batatinha para a diversificação. “Hoje o nosso mercado está totalmente dependente do produto que vem de fora. Muitas vezes vem de longe, centenas de quilômetros até chegar aqui”, finaliza.
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