Na contramão do que se previu no início da pandemia do novo coronavírus, o setor de móveis, decoração e objetos para a casa vem sendo cada vez mais requisitado. O mesmo ocorre entre os prestadores de serviço, que agora têm como desafio atender a clientela.
O fenômeno tem explicação: o confinamento fez o brasileiro investir no conforto de seu lar. Seja a pintura de uma parede, compra de um sofá mais confortável, troca da cozinha ou uma obra maior, o novo normal tem motivado o desejo de mudança e traz bons resultados também para os comerciantes de Santa Cruz do Sul, que viram o aumento de pedidos e vendas nos últimos meses. Se antes, com a rotina de trabalhar fora, casas e apartamentos eram pouco aproveitados no dia a dia, agora, com famílias inteiras reunidas em um só local, seja trabalhando ou estudando, as necessidades de melhoria se tornaram mais urgentes.
Nas lojas de móveis e eletrodomésticos, a maior procura chegou a provocar falta de alguns itens. Associado a isso, o ritmo menor de produção na indústria e a carência de matéria-prima em alguns casos resultou em fila de espera por mercadorias.
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No segmento de móveis, em especial os sob medida, a situação não é diferente. Os projetistas, que vinham observando um crescimento na procura por peças que se encaixem perfeitamente aos ambientes, de forma a possibilitar o aproveitamento dos espaços, viram os pedidos aumentarem ainda mais. Com uma capacidade de produção limitada, fabricantes precisaram fazer jornadas extras e contar com a paciência dos clientes, que, dependendo do pedido, precisam esperar dois meses ou mais para colocar a casa em ordem.
O que mudou
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- Com a pandemia, as famílias passaram a cozinhar mais. E com isso, entre os líderes de procura, tanto em lojas quanto junto aos projetistas, estão as cozinhas. Uma das demandas dos novos compradores é por peças funcionais, espaçosas e alinhadas às tendências da construção civil e decoração. Na sequência, aparecem as escrivaninhas e estantes para compor os ambientes no home office. Sofás mais confortáveis e dormitórios também estão em alta.
- Na onda das melhorias nas cozinhas, fogões e geladeiras passaram a ser mais requisitados. No entanto, o queridinho do momento é o aspirador de pó. Uma pesquisa da consultoria GfK mostra que, considerando as lojas físicas e virtuais, as vendas desse eletrodoméstico cresceram 49,94%. Liquidificador, fritadeira elétrica e ventilador tiveram aumento na demanda on-line, com altas de mais de 100%.
- Home office e filhos em casa fomentaram as vendas de computadores e notebooks, bem como de tablets ou celulares com maior capacidade de conexão à internet e armazenamento de dados. No primeiro trimestre, cerca de 1,47 milhão de novos computadores foram vendidos no País, segundo a consultoria IDC Brasil. O crescimento chegou a 16% na comparação com o mesmo período de 2019. Cerca de 71,9% das vendas foram de notebooks. Fabricantes de televisores e lojistas observaram fenômeno semelhante, pois as famílias passaram a investir em aparelhos mais modernos.
- Mesmo com o orçamento mais apertado, a vontade de melhorar os ambientes em casa tem motivado investimentos, ainda que pequenos, em reformas e decoração. Tintas, objetos e até peças como lençóis, toalhas e cortinas cresceram na preferência dos consumidores.
Doações e melhorias no lar
A pandemia foi o motivo que a terapeuta ocupacional e instrutora de yoga Daniela Gruendling (foto em destaque) esperava para fazer algumas melhorias em casa. Ela pintou uma parede da sala, substituiu móveis da sala e do quarto e organizou armários e decoração com o objetivo de deixar os espaços do apartamento mais livres e práticos.
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“Doei muita coisa, desde móveis até roupas, utensílios domésticos e itens de decoração. Pintei molduras de quadros e troquei algumas fotografias”, conta. As mudanças, que eram planejadas há cerca de dois anos, foram estimuladas pelo tempo extra passado em casa. Com a rotina corrida e o cansaço do cotidiano, os planos sempre eram adiados. E, mesmo se considerando uma pessoa organizada, Daniela acabou se surpreendendo com a quantidade de coisas para mudar e doar.
Para a terapeuta, o maior gasto foi com um conjunto de mesa e cadeiras, mas o restante demandou apenas criatividade, incluindo a reforma de alguns quadros. “Eu sempre gostei muito da minha casa e considerei importante deixá-la aconchegante. Acredito que bem-estar e conforto se tornaram ainda mais importantes neste momento, porque entendo que também são práticas de autocuidado, tão essenciais neste momento que estamos vivenciando”, comenta.
No lugar das viagens, troca de móveis
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Se tradicionalmente o período dedicado às melhorias no lar é o fim do ano, o que está se vendo em 2020 é diferente. Com mais tempo em casa ou nos apartamentos, as famílias passaram a enxergar os ambientes de outro modo e resolveram investir no incremento do conforto.
Na Casa dos Estofados, as sócias Marinice e Suzana Schuh perceberam a mudança no comportamento dos clientes. Além do incremento na busca por itens como sofás e salas de jantar, cresceram as vendas de peças decorativas. “Observamos uma maior vontade de deixar a casa mais confortável. Isso se dá também pelo fato de que os clientes não estão viajando em razão da pandemia e priorizam o bem-estar e conforto em casa”, explica Marinice.
Outra mudança observada na Casa dos Estofados é a forma de negociação. Diante das regras de distanciamento e medidas de cuidado adotadas pelas famílias, os contatos passaram a ser virtuais. Por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais, os clientes buscam informações e orçamentos. Com isso, as idas à loja física ficaram apenas para o momento de fechar a compra.
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Alta nas vendas surpreende
Passado o período de portas fechadas entre os últimos dias de março e as primeiras semanas de abril, as incertezas reverteram em crescimento das vendas a níveis que há tempos não se via, tanto no comércio como entre os prestadores de serviços. Ainda que a cautela tenha permanecido frente à redução de renda que atingiu parte dos trabalhadores, em muitos casos a necessidade falou mais alto.
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“As famílias passaram a ficar mais tempo recolhidas. Assim, identificaram aspectos a serem melhorados para deixar os ambientes mais confortáveis. Além disso, o fato de não estarem ocorrendo festas como aniversários e casamentos possibilitou que os valores fossem realocados para as melhorias no lar”, observa Licério Müller, gerente da Móveis Luciane.
Na loja, na medida em que a pandemia se prolongava, o perfil dos consumidores e os pedidos foram se modificando. No primeiro mês, a busca por dormitórios, principalmente guarda-roupas, manteve-se em alta. Em conversas com os clientes, ele encontrou a explicação. “Muitos deles passavam o dia fora de casa trabalhando e não percebiam problemas como os cupins nos móveis. Quando se deram conta, foram em busca de novos.”
Feitas as trocas nos dormitórios, a procura por estofados foi aquecida no segundo mês da pandemia. A justificativa, nesse caso, é a busca pelo conforto. Afinal, seja em razão das medidas de distanciamento, home office ou devido à redução das jornadas de trabalho, o maior tempo em casa estimulou as mudanças. Segundo Müller, as vendas na loja chegaram a aumentar 70% entre abril e julho em relação ao ano passado. E em agosto, pelo que se viu, a tendência também é de desempenho positivo.
Mas à medida que a procura cresceu, os estoques de móveis caíram. Em alguns casos, como nas peças convencionais – aquelas que vêm prontas de fábrica –, a previsão dos fornecedores é de que a reposição para alguns itens volte ao normal somente em janeiro. O motivo está na indústria fornecedora de matéria-prima, que tem encontrado dificuldades para atender os fabricantes. Por outro lado, as peças sob medida têm sido entregues mais rápido. Em ambos os casos, a consequência foi o aumento de preços das mercadorias puxado pela redução nos estoques e aumento no custo dos insumos, geralmente importados.
Produção
O retorno gradual das atividades, mesmo com as restrições provocadas pela pandemia, tem sido observado nas linhas de produção das indústrias moveleiras. No Rio Grande do Sul, conforme dados do relatório Conjuntura e comércio externo do setor de móveis no Brasil, o crescimento foi expressivo. Os dados divulgados recentemente apontam que em maio a produção de móveis no Estado foi de 3,8 milhões de peças, o que representou um aumento de 42,1% em relação ao mês anterior. Contudo, no acumulado do ano ante 2019, a queda na produção é de 29,1%.
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Novos hábitos e mais necessidades
O confinamento trouxe novos hábitos em diferentes aspectos das rotinas das famílias. Ainda que parte das empresas que adotaram o trabalho a distância venha retomando as atividades de forma gradativa, com a flexibilização das regras de distanciamento controlado, ainda há muita gente trabalhando – e estudando – em casa. Com isso, além dos investimentos em móveis e eletrônicos, outras necessidades vieram na sequência.
Foi o que viu a gerente da matriz Afubra, Nádia Rohr. As vendas cresceram em praticamente todos os setores da loja. Mas um deles tem se destacado: o de bazar. “Além de estofados, roupeiros e móveis em geral, tivemos alta no setor de eletrônicos, seja para o trabalho ou lazer. Mas muitos clientes disseram que o fato de ficar em casa fez com que identificassem o que estava faltando, por exemplo, na cozinha. Como havia o costume de comer fora, agora as famílias preparam a própria comida e veem que estão precisando de algo como uma panela, forma para bolo ou acessório de sobremesa”, ressalta. Em razão disso, a seção de bazar esteve bastante movimentada nos últimos tempos.
Alguns produtos, inclusive, chegaram a faltar devido ao ritmo mais lento de produção nas fabricantes. Mesmo assim, foi possível garantir o suprimento de mercadorias com ajustes entre as filiais. “Por enquanto conseguimos manter a oferta, mas estamos à espera de itens como alguns modelos de TV, que devem chegar em breve”, ressalta a gerente da matriz. O ritmo das promoções e as condições facilitadas de pagamento, segundo Nádia, também contribuíram para manter as vendas em alta durante a pandemia.
Para vender
Ainda que o cenário do comércio e indústria gere incerteza e desafie o empresariado de um modo geral, o fenômeno da pandemia tem sido uma grata surpresa. Ao mesmo tempo em que a procura por mercadorias vem aumentando, lojistas têm adotado estratégias para conquistar novos clientes. Promoções e condições facilitadas de pagamento, com prazos mais longos, são algumas das alternativas. O investimento na divulgação das ofertas também cresceu, em anúncios de rádio e jornal e também por meio das mídias digitais.
“Faça você mesmo” em alta
Mesmo com as dificuldades encontradas pelos lojistas diante da pandemia, foi possível reverter a situação. Para a sócia da loja Coberpan, Éllen Jeske, o período foi de aumento significativo na venda dos produtos. “Excluindo o tempo em que mantivemos a loja fechada devido aos decretos, nossa venda aumentou em torno de 40% em relação ao mesmo período do ano passado”, conta.
Na Coberpan, os itens mais procurados foram os de decoração, como cortinas, tapetes, almofadas, roupas de cama e tecidos de parede. Prova de que os consumidores buscam melhorias no ambiente doméstico, agora que precisam passar mais tempo em casa. Também surpreendeu a lojista a busca por produtos de DIY – o “faça você mesmo” –, como aqueles para pequenas costuras e colagem de tecido na parede.
Éllen acredita que as pessoas estão procurando trazer mais conforto e beleza para os lares, deixando os ambientes renovados e mais aconchegantes. “Esse período de pandemia está, de certa forma, nos forçando a olhar para dentro de nossas casas. Mesmo quando tudo isso passar, acredito que esse sentimento de ‘porto seguro’ continuará presente.”
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Obras e reformas a todo vapor
O interesse por reformas e obras cresceu nos últimos tempos. No segmento de materiais e acabamentos, o fenômeno começou a ser observado especialmente a partir de março e a tendência é de que se mantenha pelo menos até o fim do ano. Embora houvesse previsão de recuperação do setor especialmente pela retomada da construção civil, os resultados, em alguns casos, ficaram acima do esperado.
Sejam pequenas mudanças ou grandes intervenções, como trocas de pisos e revestimentos, e até a construção, a pandemia acendeu a vontade de tornar os lares mais aconchegantes e confortáveis. É o que observa Ana Paula Anderson Passos, diretora da Casa Nova Materiais de Construção. “Identificamos com os clientes que houve um maior interesse por materiais como acabamento e também para pinturas.”
A previsão de crescimento que havia no início do ano, segundo ela, vem se confirmando e a tendência é de que se mantenha nos próximos meses – mesmo diante da falta de alguns itens, devido à dificuldade da indústria em dar conta das demandas do mercado. Na Casa Nova, o crescimento girou entre 8% e 10% somente no setor de acabamentos, segundo Ana Paula.
Na construtora Casa Nova, segundo ela, os reflexos também estão sendo vistos. Nesse caso, a procura por terrenos ficou maior nos últimos tempos, justificada pelo desejo das famílias de viverem em locais mais espaçosos e com pátio. Nesse cenário, a empresa mantém a previsão de lançar dois novos loteamentos em Santa Cruz até o fim do ano. “Não parou nada. Não estamos segurando compras de mercadorias e seguimos em busca de novidades para atender os clientes”, afirma Ana Paula.
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Foco nas melhorias
Se nos primeiros tempos a pandemia foi capaz de paralisar os mercados de um modo geral, na sequência, o novo normal passou a fazer parte da rotina. Seguindo as orientações das autoridades de saúde sobre distanciamento social e prevenção, os santa-cruzenses voltaram a investir. Foi isso que observou o empresário César Machado, da DiGesso &Decorações. “É incrível como mudou o pensamento dos consumidores, que agora parecem estar entendendo a pandemia e com isso retomando seus projetos. Quem estava com obra parada está retomando. E também temos aquelas pessoas que passaram a ficar em casa por mais tempo e, assim, resolveram fazer reformas.”
Como resultado, Machado viu o número de pedidos por decoração com gesso rebaixado e painéis 3D – que, aliás, estão em alta no setor – aumentar muito nos últimos tempos. Embora a maioria dos serviços seja voltada ao segmento residencial, na área comercial também houve alta em razão de novos empreendimentos. O resultado desse comportamento, segundo ele, foi visto nas contas da empresa, que atingiu suas metas. “Agora temos de novo lista de espera, com média de 15 a 20 dias”, comemora.
Iluminação e eletrônicos
Outro segmento que tem sido mais requisitado é o de materiais elétricos. Seja para melhorar a iluminação ou reforçar as redes para dar conta de necessidades decorrentes do home office, por exemplo, as vendas de lâmpadas e fios deram um salto. “Também notamos um crescimento na procura por sistemas para pontos de internet, antenas de TV e, naturalmente, na parte de iluminação”, salienta o empresário Cristiano Hammes, da Gasima. Ele estima que as vendas tiveram um acréscimo médio de 10% desde o começo da pandemia.
“Quando fechamos no início da pandemia, houve uma queda muito grande. Mas logo depois já veio a recuperação”, diz. Apesar do incremento no fluxo de clientes, segundo ele, não foi possível reforçar as equipes justamente em razão das regras de distanciamento.
Para os próximos meses, a expectativa do empresário é que o desempenho do setor se mantenha, especialmente com a perspectiva do fim do ano. O desafio, contudo, ficará por conta da oferta. Hammes frisa que alguns itens, como chuveiros e torneiras elétricas, chegaram a faltar. “Os fabricantes também precisaram parar ou reduzir o ritmo em razão da pandemia. Isso reduziu a oferta de alguns itens, fazendo os preços aumentarem.”
Estrutura para trabalhar de casa
O distanciamento social também adiantou os planos do diretor da empresa V Audio Pro e gestor de produção audiovisual e TI, Anselmo Gonçalves. Nos últimos meses, ele montou em casa um pequeno estúdio para produzir videoaulas, transmissões ao vivo e outros produtos digitais. “Investi numa estrutura de áudio, vídeo e iluminação para essa produção de conteúdo”, contou.
O projeto de fazer as melhorias em casa e adquirir equipamentos acabou sendo acelerado pela pandemia, quando Anselmo percebeu uma necessidade do mercado para seus serviços. Com o objetivo de gravar conteúdos para entrar na plataforma de cursos online, viu a oportunidade e decidiu investir nos equipamentos, que podem ser utilizados profissionalmente e também na vida pessoal.
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Segundo Anselmo, o distanciamento mudou a relação com a casa, que se tornou uma extensão do trabalho e permitiu passar mais tempo com a família, de uma forma que não seria possível antes. “Tem que ser um espaço confortável, com uma boa iluminação, um ambiente climatizado e acústica bacana para que as gravações fiquem com um bom áudio. Acabei colocando mais nisso porque acabou se tornando meu principal ponto de trabalho.”
Mudança antecipada
Home office e educação a distância, embora já fossem conhecidos especialmente em grandes centros, vieram para ficar com a pandemia. E, com isso, movimentaram um setor que se tornou ainda mais importante diante do novo normal: o de informática.
Desde março, a procura por notebooks, webcams e acessórios cresce nas lojas especializadas. Apenas no primeiro trimestre do ano, cerca de 1,5 milhão de unidades foram vendidas no País, alta de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Em Santa Cruz do Sul, quem também observou esse fenômeno foi Gustavo Bastos, sócio da Compumax.
“O home office e as aulas remotas trouxeram essa necessidade e, ao mesmo tempo, anteciparam uma mudança no comportamento dos consumidores. Havia uma tendência nesse sentido, mas que era esperada para os próximos dez anos. De uma hora para outra foi preciso se adaptar, e tudo isso veio para ficar”, observa. Na loja, ele estima um acréscimo de 30% nas vendas desde o início da pandemia. Os notebooks lideraram a procura, mas surpreendeu a busca pelas webcams – sobretudo para as reuniões e conferências online, que passaram a fazer parte da rotina de trabalhadores e estudantes.
Produtos como fones de ouvido também ganharam destaque na preferência dos consumidores. A variação de preços – que aumentaram 20% em alguns casos – não chegou a interferir. “Ficou mais caro por causa da matéria-prima importada, alta do dólar e também devido ao menor ritmo de produção. Mas, mesmo assim, conseguimos manter a oferta.”
Colaborou a jornalista Paola Severo
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