Moradores do Beco do Polo, no Bairro Faxinal Menino Deus, em Santa Cruz do Sul, uniram-se nessa segunda-feira, 24, em uma ação de conscientização. Cerca de 15 moradores, das 26 famílias que vivem no local, realizaram um mutirão de limpeza. O Grupo do Bem ajudou com sacos de lixo para o armazenamento.
O Grupo do Bem tem organizado diversas campanhas sociais e distribuído sopa às pessoas carentes de Santa Cruz. A coordenadora, Luciana Tremea, explica que a ideia do mutirão surgiu após o atendimento a uma família do beco, no último sábado. “Fomos até lá para ajudar uma família com roupas, calçados e brinquedos, e acabamos recebendo a mesma solicitação também de outros moradores”, explicou.
Conforme Luciana, os integrantes realizam ações solidárias, mas buscam, além de ajudar, conscientizar a população acerca de diversos assuntos. O grupo percebeu, portanto, que o Beco do Polo acumulava grande quantidade de lixo. Segundo ela, o trato era que se os moradores fizessem a limpeza do local, no próximo sábado também receberiam ajuda com doações. “Eu acho que deveríamos parabenizar os moradores, pois foi uma atitude muito legal. Eles fizeram um movimento que poderá ser exemplo para outros bairros”, destacou.
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Angélica Theisen, de 41 anos, mora no bairro há 16 anos, há quatro no Beco do Polo. Na residência em condições precárias, com o teto coberto com lonas e pedras, ela vive com os dois filhos. Angélica, que é diarista, tem passado os dias em casa, visto que trabalha em lugares onde vivem pessoas de grupos de risco. Para ela, o Beco do Polo se tornou um local esquecido pelas autoridades. Angélica e as outras famílias aguardam pela liberação das casas em um loteamento popular, prevista para o final do ano.
O apelo agora é para que a Prefeitura de Santa Cruz, ou algum outro órgão competente, recolha o lixo. Segundo Angélica, os resíduos apresentam riscos à comunidade, uma vez que há seringas e vidros misturados. Ela conta que o acúmulo é resultado do lixo deixado também por pessoas do bairro todo. “Muitas pessoas que não são do Beco do Polo e não querem sujar e frente das suas casas deixam o lixo aqui, vêm os catadores e rasgam os sacos e espalham a sujeira. A Prefeitura recolhe apenas o que está fechado, mas não recolhe os resíduos espalhados”, afirmou.
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Mais reivindicações
Os moradores do Beco do Polo enfrentam ainda outros problemas. Um deles é a falta de conserto da única lixeira. “O certo seria alguém vir e arrumar essa lixeira, colocar tampa e fazer a soldagem ao redor, pois ela está se abrindo toda e espalhando o lixo”, explicou Angélica, que é conhecida carinhosamente pelos vizinhos como “síndica do Beco do Polo”, por sempre tomar a frente nas demandas da comunidade.
Além disso, o meio-fio da rua também está danificado. Como as casas foram construídas em um barranco e estão abaixo do nível da rua, quando ocorrem chuvas intensas, o barro e o lixo são arrastados para dentro das residências. Segundo um dos voluntários do Grupo do Bem, um conserto de poucos metros do meio-fio resolveria grande parte dos problemas causados às famílias quando chove.
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