Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Região

Fumicultores contabilizam perdas com granizo e geada ocorridos na semana

Foto: Giovane Weber

Lavoura de Weber em Cerro Alegre Alto atingida pelo granizo

Em sua coluna Por Dentro da Safra, na edição de terça-feira, 18, na Gazeta do Sul, o produtor rural Giovane Luiz Weber, que reside em Cerro Alegre Alto, no interior de Santa Cruz do Sul, informara que no dia anterior haviam capinado parte da sua lavoura de tabaco. Transplantadas no dia 20 de julho, as mudas completavam um mês e se desenvolviam muito bem. No entanto, na manhã de quarta-feira ele se deparou com o estrago causado pela forte chuva de granizo que caiu por volta de 3 horas da madrugada de terça para quarta-feira. Todo o bom aspecto da lavoura, visível no dia anterior, havia sido comprometido.

A seu exemplo, centenas de produtores rurais em toda a região central do Estado, até Agudo, vivenciaram a mesma angústia. Em algumas localidades mais, em outras menos, o temporal causou danos. Em alguns lugares foi o granizo, em outras o vento forte ou a chuva intensa. E, para piorar, nem bem o gelo do granizo havia derretido em algumas áreas, nessa sexta-feira pela manhã o quadro foi completado com forte geada, na esteira da ameaça de nevascas em todo o Rio Grande do Sul.


Como Giovane comentou na sexta-feira, em entrevista à Gazeta do Sul, com a incidência de granizo, e até com a geada forte, a lavoura de tabaco jamais voltará a ter o desempenho para o qual sinalizava. “E, com um mês, as plantas realmente estavam se desenvolvendo bem. Ao que tudo indica, teria sido uma safra excelente”, frisa. Em família, ele e o pai, Aloísio Pedro Weber, se programaram para plantar 75 mil pés na temporada. Desse total, em torno de 60 mil pés foram atingidos pelo granizo.

Publicidade

LEIA MAIS: Produtor de Segredo teve prejuízo de mais de R$ 20 mil com granizo

“O curioso é que as lavouras situadas para o lado da divisa entre Cerro Alegre e Linha João Alves foram muito danificadas. Já as do outro lado, aos fundos de nossa casa, a apenas 300 metros, não sofreram quase nada”, diz. E o mesmo ocorreu em relação aos vizinhos, com uma área atingida, e a outra muito pouco.

Mas referiu que o granizo foi intenso. “Com 43 anos, não me lembro de algo assim. Na quinta-feira ainda se tinha pedras de gelo que não haviam derretido em lugares à sombra. Foi sério!”, cita. “A gente estava preocupado por causa da geada e do frio, o que a meteorologia anunciava. Mas ninguém espera uma chuva de granizo. Isso nos pegou de surpresa.”

Publicidade

Giovane (à direita) e seu pai, Aloísio, com gelo do granizo, visível ainda na quinta-feira

Mais de 220 atingidos na região de Santa Cruz

De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a chuva de granizo afetou ao menos seis municípios na chamada microrregião de Santa Cruz do Sul. A Assessoria de Comunicação Social da entidade divulgou na sexta que mais de 220 produtores associados haviam contatado o Departamento de Mutualidade nessas localidades. Rio Pardo teve o maior número de ocorrências, exatamente cem, enquanto Passo do Sobrado teve 41, Santa Cruz do Sul, 31; Vera Cruz, 26; Vale do Sol, 20; e Sinimbu, cinco. Mas outras regiões da área central gaúcha igualmente sofreram danos.

LEIA MAIS: Moradores consertam os estragos e avaliam prejuízos provocados pelo granizo

Publicidade

Com um mês, replantar já não é mais viável

A família Weber acionou a equipe do Departamento de Mutualidade da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), por ter seguro da lavoura. E na quinta-feira o grupo de avaliadores visitou a propriedade. Conforme Giovane, as mudas estavam com cinco a seis folhas.

“Com um mês, já não é mais possível replantar”, frisa. Primeiro, porque teria de haver disponibilidade de mudas, algo que, no momento, já não ocorre. Além disso, como as plantas já cresceram bastante, a lavoura ficaria desuniforme, tanto para a retirada da flor quanto para a própria colheita, com plantas prontas para colher e outras pequenas.

Publicidade

LEIA MAIS: VÍDEO E FOTOS: Santa Cruz e região registram queda de granizo

“O jeito vai ser deixar as plantas se refazerem e depois tirar os brotos que surgirem, para deixar apenas o tronco principal ou o broto mais promissor”, explica. “Mas sob nenhuma forma será mais a mesma coisa que seria.”

Para completar, a geada verificada na sexta-feira afetou mais ainda as plantas, já castigadas. “Quanto à geada, por ora não foi possível ver danos. Só nos próximos dias saberemos se as folhas ficaram queimadas por causa do gelo.” Ou seja, a safra seguirá com ansiedade, angústia e expectativa.

Publicidade

Planta queimada por geada em Agudo

LEIA MAIS: Frio deve perder força no início da semana

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.