O amanhecer de sexta-feira, 21, foi gelado no território gaúcho, e quem levantou cedo conseguiu conferir os gramados com uma camada branca de geada. O cenário típico de inverno proporcionou belas imagens. Em Santa Cruz do Sul, segundo o professor de Agrometeorologia do curso de Engenharia Agrícola da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Marcelino Hoppe, a temperatura mínima foi de 2,3 graus às 7h15, com sensação térmica de 2 décimos. Não foi o menor registro do ano. No dia 15, os termômetros chegaram a 9 décimos.
No fim de semana, o frio continua. Em Santa Cruz, a máxima neste sábado, 22, não passa dos 16 graus, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe). No domingo, as marcas se elevam e ficam entre 6 e 20 graus. Aos poucos, o frio irá se despedir do Rio Grande do Sul no começo da próxima semana. Na segunda-feira, a variação fica entre 9 e 21 graus, enquanto na terça-feira, entre 15 e 26 graus.
Agricultura
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Como a massa de ar polar foi menos intensa do que se esperava, os danos à agricultura foram minimizados. O gerente de Agronomia Técnica da JTI, Eduardo Franchini, recomendou aos produtores disciplina com o calendário de safra, elaborado para diversas regiões produtivas conforme os comportamentos do clima. Ele salientou que o mês de agosto é indicado para iniciar os transplantes das mudas de tabaco. “Orientamos os 11 mil produtores nesta semana sobre boas práticas. Pedimos para evitar transplantes durante a onda de frio, para evitar danos. A antecipação não surte efeito, como estudos científicos apontam”, esclareceu.
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Para Franchini, uma forma de mitigar os efeitos do clima é um bom manejo e conservação do solo, com plantio direto e plantas de cobertura para incrementar a matéria orgânica. “O que nos preocupa com o frio é a mortalidade das plantas na lavoura e a perda de qualidade na colheita”, comentou. No sistema floating, as mudas podem morrer pelo congelamento da água em nível muito baixo. “É importante fechar os canteiros cedo nos dias frios para guardar o calor e colocar uma lona a mais por cima. Manuseios de poda e repique também não devem ser feitos.”
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Em Encruzilhada do Sul, segundo a engenheira agrônoma Cibele Medeiros dos Santos, os danos ainda serão avaliados, mas é provável a ocorrência nas plantações de pêssego e oliveiras. “Com a onda de calor anterior, os pessegueiros brotaram. Com isso, o frio de agora pode ter prejudicado as plantas florescidas. No caso das oliveiras, mesmo em estágio de inflorescência, podemos ter problemas no desenvolvimento”, explica.
De acordo com a Pranke Assessoria Agropecuária, as plantações de trigo estão em fase de emborrachamento, antes do espigamento e maturação. Por encontrarem-se em um estágio avançado, não devem sofrer graves consequências com a geada. Segundo o extensionista da Emater-Ascar/RS, Rogério Batista Rodrigues, a temperatura na manhã dessa sexta-feira chegou a 1 grau negativo na localidade de Passo da Cria, onde mora.
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Conforme o funcionário da Prefeitura Marcos Aurélio Luedtke, a temperatura mais baixa em Herveiras, na região central, foi de 2 graus negativos, a mesma registrada em Sobradinho. Nos dois municípios, não foram registrados danos nas lavouras. “Os produtores já estavam prevenidos. A geada foi menor do que na onda de frio anterior. Esperávamos um frio mais intenso”, comentou Luedtke.
Já em Gramado Xavier, a extensionista Pâmela Bergonsi, da Emater, informou que produtores de tabaco relataram sobre mudas queimadas em piscinas. Um levantamento ainda será feito.
Neve no Estado
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De acordo com a MetSul Meteorologia, 70 municípios gaúchos registraram temperatura mínima negativa nessa sexta-feira. A menor marca do ano no Estado foi registrada por estações meteorológicas nessa sexta: 7 graus negativos em Soledade. Em nove municípios houve queda de neve.
Na noite de quinta-feira, a sensação térmica era de 10 graus negativos em Cambará do Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instantes após o surgimento dos primeiros flocos. A neve também caiu em municípios da Serra Catarinense e Serra do Rio do Rastro.
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