Os secretários de Educação dos 15 municípios que integram a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), se posicionaram contrários a volta às aulas presenciais a partir de 31 de agosto. O tema foi levado a debate nesta quarta-feira, 19. No entendimento da categoria, ainda são altos os níveis de contaminação pelo coronavírus na região, o que coloca em risco a comunidade escolar.
Conforme a coordenadora regional dos secretários de Educação, Lisiane Madsen Etges, o principal embate é conciliar o direito à educação de qualidade, mas também assegurar o direito à saúde diante das evidências científicas da pandemia no atual momento. “Se houver retorno, que comece pelo ensino superior, depois pelo médio, e aí vamos vendo como isso vai acontecer, mas de maneira nenhuma deveria começar pelos pequenos”, disse.
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A proposta do Estado prevê o retorno gradual das aulas presenciais em cinco etapas, conforme o nível. A primeira a retomar as atividades seria a educação infantil no próximo dia 31, seguida pelo ensino superior em 14 de setembro e pelos níveis médio e técnico no dia 21. O ensino fundamental voltaria no dia 28 de setembro para as séries finais e em 8 de outubro para as iniciais. No entanto, os municípios vão ter autoridade para definir se aderem ou não ao retorno presencial, que deve ser autorizado pelos pais.
Conforme Lisiane, os secretários de Educação avaliam que é difícil manter o controle dos alunos da rede infantil no sentido de seguir os protocolos sobre distanciamento e higienização. “Na educação infantil não tem como distanciarmos um aluno pequeno e ele entender isso”, explicou.
A coordenadora regional, que é também secretária de Educação de Passo do Sobrado, explicou que a posição contrária ao retorno das aulas presencial é unânime no Vale do Rio Pardo. “A adoção dos protocolos sanitários não afasta a possibilidade de contágio entre os alunos e também entre os profissionais envolvidos com esse retorno. No atual cenário da pandemia, não teríamos condições de voltar e garantir o distanciamento entre os alunos e, principalmente no que se propõe o reinício pela educação infantil”, esclareceu.
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Ela também avaliou a possibilidade de volta às aulas presenciais para o ensino fundamental, que voltaria entre setembro e outubro. Segundo ela, com os alunos maiores, das séries finais, seria mais viável de cumprir os protocolos exigidos pelos órgãos de saúde. “Essa seria a principal proposta: iniciar pelo ensino médio dos municípios, depois em outro momento com as turmas finais”, disse.
Mesmo com a posição contrária da maioria dos prefeitos gaúchos, o governo estadual insiste em definir a data de 31 de agosto para a volta às aulas do ensino público e privado no Rio Grande do Sul. “Se os números da pandemia estivessem controlados e se as autoridades nos dessem algum tipo de segurança, mas, ao contrário, só vemos os casos aumentando e o pico na nossa região cada vez mais elevado”, concluiu Lisiane.
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