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NatGeo faz homenagem aos elefantes nesta quarta-feira

Quem não ama elefantes? E, mesmo sendo unanimidade, esses gigantes estão ameaçados de desaparecimento. Restam pouco mais de 400.000 na África e menos de 50.000 na Ásia. No Dia Mundial do Elefante, nesta quarta-feira, 12, o canal NatGeo Wild faz uma homenagem a esses animais tão queridos com uma série de programas, começando por “Elefantes: Em Nome da Liberdade”, às 20h30, em que a atriz Ashley Bell vai ao Camboja para documentar o resgate da elefanta Noi Na, usada em passeios para turistas, pela ativista Lek Chailert.

Às 21h15, é a hora de “Quase Humanos: A Vida dos Elefantes”, que acompanha três famílias de elefantes pela África. Depois, às 22h, “Elefante Rainha” retrata a jornada de uma elefanta que acaba de assumir o posto de matriarca de seu grupo. Às 22h45, um episódio especial de “Sri Lanka: Um Mundo de Extremos” segue o filhote Loka. E às 23h30, “Mente de Elefante” investiga a inteligência desses bichos.


Os programas permitem que o espectador conheça mais sobre esses bichos e se apaixone por eles, sem precisar recorrer a práticas que são prejudiciais aos elefantes, como fazer passeios montado neles, comprar pinturas feitas pelos animais ou ver shows protagonizados por eles.

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O documentário “Elefantes: Em Nome da Liberdade”, por exemplo, mostra como os elefantes asiáticos sofrem em seu adestramento para cumprir essas tarefas para o deleite dos turistas. “Todos nós queremos estar ao lado de ou tirar uma foto com uma espécie como essa porque são animais incríveis”, disse em entrevista ao Estadão o pesquisador mexicano Antonio de la Torre, que tem experiência com elefantes asiáticos.

“O mal é que não nos damos conta do que está por trás de tudo isso. Para que esses animais fossem adestrados ou domesticados, tiveram que passar por um processo muito violento, e a maioria foi retirada de suas famílias desde muito pequenos e está em condições muito deploráveis”, diz. Sua recomendação é que as pessoas que quiserem estar perto dos elefantes procurem santuários ou locais onde possam ser observados em seu habitat natural.

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No caso do elefante asiático, a principal ameaça é justamente a destruição e a fragmentação de seu habitat. Menos de 50 mil animais espalham-se por 13 países diferentes, quase todos densamente povoados. “É por isso que ocorrem tantos conflitos entre humanos e elefantes”, disse De La Torre. Só na Índia, estima-se que cerca de 300 pessoas morram anualmente, provocando retaliação contra os animais. Outro motivo de confronto é a invasão de lavouras, já que os seres humanos estão ocupando cada vez mais as florestas em que eles vivem. “O grande desafio é assegurar a boa convivência entre pessoas e elefantes”, disse o pesquisador.

Seu trabalho na Ásia consistiu justamente em estudar o movimento dos animais, algo parecido com o que faz no México, acompanhando os trajetos das onças-pintadas. As políticas de gestão costumam transferir elefantes em proximidade com os humanos para uma área natural protegida, o que não é ideal. “Os elefantes acabam voltando aos lugares de cultivo, porque são animais muito sociáveis. Imagine se você fosse retirada de seu núcleo familiar à força e levada a outro lugar. Isso seria muito estressante, assim como é para os elefantes, que vivem em grupos”.

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Vindo de um país em desenvolvimento, Antonio de la Torre entende que a pobreza é um dos fatores que levam à destruição do habitat natural dos animais. “Muita gente não gosta de dizer isso, mas a conservação precisa andar de mãos dadas com o desenvolvimento das comunidades locais. É preciso aliviar a pobreza e oferecer alternativas.”

A pandemia da Covid-19 é outro fator de preocupação. “Muitas organizações viram seus fundos diminuírem drasticamente”, disse De la Torre. “E é verdade que em alguns lugares houve redução da caça porque os deslocamentos foram limitados, mas aqui no México, por exemplo, ela vem aumentando porque as pessoas procuram uma maneira de sobreviver. Para piorar, os santuários e centros de vida silvestre ficaram sem o dinheiro dos turistas.” Cuidar de elefantes custa dinheiro. Cada um consome cerca de 150 quilos de comida diariamente. Por isso, as doações são mais importantes que nunca.

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