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Cerro do Baú

VÍDEO: reportagem flagra aglomerações a céu aberto no interior de Sinimbu

Foto: Alencar da Rosa

Imprudência: quantidade de pessoas sem máscaras no pequeno espaço junto ao lago chama a atenção de quem visita o local

As imagens registradas nesse domingo, 2, pelo fotógrafo Alencar da Rosa no Cerro do Baú, em Sinimbu, poderiam ilustrar um período em que as aglomerações ainda não eram consideradas nocivas à saúde. Desde o início da pandemia, no entanto, o ajuntamento de pessoas não é recomendado – em algumas cidades, inclusive, ele é proibido. No ponto em questão, considerado turístico, ainda que privado, dezenas de pessoas se aglomeravam para aproveitar a bela tarde de domingo.

Denúncias retratando tal cenário haviam sido divulgadas em redes sociais e grupos de WhatsApp, e a reportagem da Gazeta do Sul foi ao local nesse domingo para conferir a movimentação. De fato, a quantidade de pessoas em torno do lago da pedreira chama a atenção. A imensa maioria sem máscara e em grupos, algumas compartilhando bebidas, outras apenas registrando o belo cenário com selfies em grupo ou mesmo sozinhas.

Um carro de som na parte alta do local fazia todo o espaço parecer uma grande festa rave ao ar livre (confira em vídeo abaixo), com o alto barulho que saía dos alto-falantes. Motociclistas também foram avistados andando pela via pública sem a utilização de capacetes. Uma fila de veículos ocupava todo o acostamento da estreita estrada em frente à pedreira a céu aberto, nas proximidades de um barranco. A quantidade de carros exigia que motoristas deixassem os veículos estacionados na descida da via de cascalho solto.

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O fato já vinha preocupando as autoridades de Sinimbu há semanas, sobretudo após a confirmação do primeiro caso de novo coronavírus no município, em 24 de julho. A visita de turistas de outras cidades da região ao ponto de aglomeração agravou esse problema.

A situação foi tema de um posicionamento da Prefeitura ainda na semana passada, no qual reforçava a necessidade de cuidado com as aglomerações. Além disso, informou que o local é uma área particular e os turistas devem frequentar apenas a via pública que passa em frente, sem acessar a propriedade.

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Mesmo com as orientações do Executivo e as diversas placas em torno do local ressaltando a necessidade de afastamento em virtude de ser um espaço privado, nesse domingo o ponto foi o destino de lazer de amigos, casais, pais e filhos, a maioria buscando uma alternativa ao fechamento de parques e lugares de divertimento em razão da pandemia.

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Parte de cima da pedreira também foi ocupada por frequentadores nesse domingo | Foto: Alencar da Rosa

BM apura possível cobrança de ingressos

Segundo a Prefeitura de Sinimbu, é importante frisar que é de responsabilidade dos proprietários coibir as aglomerações dentro da área, e o Município não pode impedir o direito de ir e vir das pessoas na passagem pela via pública.

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Durante as cerca de duas horas em que a equipe da Gazeta do Sul permaneceu no local, não havia qualquer fiscalização na área interna e externa. Contatada, a Brigada Militar (BM) disse que esteve na área por volta das 17 horas e dispersou algumas pessoas que estavam por lá.

Segundo a BM, denúncias de cobranças de ingressos – fato que não foi constatado pela reportagem – também estariam sendo verificadas. “Estamos tratando com a Prefeitura para fazer uma ação conjunta com os fiscais municipais. Fomos informados de que a propriedade particular, onde situa-se o lago, estaria tendo cobrança de ingresso ou teria essa intenção. Mas isso não estava acontecendo no horário em que a guarnição deslocou”, disse o comandante do pelotão da BM de Sinimbu, tenente Gilberto Machado da Rosa.

Ainda segundo o tenente, serão disponibilizadas placas de orientação para não formar aglomerações. Também haverá fiscalização e advertência aos proprietários.

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Ação conjunta entre Prefeitura de Sinimbu e Brigada Militar estaria sendo elaborada | Foto: Aline Haag/Divulgação

Prefeitura tentou comprar a área para estimular turismo

A área do Cerro do Baú é uma pedreira a céu aberto, hoje desativada, de onde foram retiradas as pedras para a construção da RSC-153, entre 2003 e 2012. Com o passar do tempo, um lago formou-se na cratera, oferecendo uma paisagem que logo chamou a atenção da população, a qual passou a tratar o lugar como um ponto turístico. Entretanto, não há nenhuma estrutura, tanto de acesso quanto de turismo, como estacionamento, calçadas e bancos.

De acordo com a prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, a Prefeitura tentou adquirir o local em 2017 para transformá-lo em um espaço turístico. No entanto, em virtude de um desacerto entre os três proprietários na época – hoje seriam dois –, não houve negociação.

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“Queríamos fazer lá toda uma infraestrutura de lazer. Sabemos que as pessoas buscam sair e aproveitar um final de semana bonito como este. E nós, enquanto poder público, não podemos impedir o ir e vir delas. O bom senso deve prevalecer, e as pessoas precisam ter a consciência de que este não é o momento para aglomerações e passeios”, salientou.

Ela relembrou ainda a responsabilidade da Prefeitura quanto à aglomeração na via pública, contudo, ressaltou a obrigação dos proprietários quanto aos cuidados na área particular. “Na via pública, é de nossa responsabilidade. Agora, se existem pessoas dentro da propriedade, é uma invasão e precisa ser checada pelos proprietários.”

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