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marcio souza

Em nome do jornalismo

Marcio Souza recebeu o prêmio durante cerimônia realizada em Porto Alegre. Foto: Ermilo Drews

O Ministério Público Estadual entregou, nessa segunda-feira, 16, o 26º Prêmio MP de Jornalismo. A condecoração evidencia trabalhos publicados em diferentes plataformas por jornalistas profissionais e a iniciativa de estudantes de comunicação. Tive a honra de ser um dos finalistas na categoria que retrata o ambiente da gestão pública. Mais honrado, ainda, por ter conquistado o primeiro lugar.

Houve, no momento em que meu nome foi anunciado, uma mistura de orgulho e vergonha. O primeiro sentimento é óbvio, porque envolve um pouco da vaidade natural do ser humano, que vê seu trabalho reconhecido, além dos limites da área de abrangência do veículo impresso. É importante a manutenção de titulações como essa, como forma de valorização do profissional e incentivo para a divulgação de atividades que, muitas vezes, ficam restritas às quatro paredes das entidades envolvidas.

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A vergonha dá-se por ser um assunto constrangedor para Santa Cruz do Sul. A matéria premiada é a primeira de uma série que trata sobre a investigação do Ministério Público, que ganhou o nome de Operação Controle. Não cabe ao jornalista e, neste caso, nem ao articulista avaliar se há ou não crime com dolo ou equívoco nos atos investigados e tornados públicos. O que incomoda, de fato, é que tanto o MP quanto os veículos de comunicação continuam tendo como pauta, em qualquer município brasileiro, a forma como é feita a gestão dos recursos públicos.

A conquista também mostra que os veículos regionais, como é a Gazeta do Sul, têm potencial para fazer bom jornalismo e equipes capazes de manter o público bem informado, com a qualidade do jornalismo profissional, resultado de anos de conhecimento formado nas universidades e, depois, do convívio com os leitores, internautas, ouvintes, espectadores. É um lugar democrático de reconhecimento de ações de comunidades, entidades e daquilo que tem relevância para a vida dos cidadãos.

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Penso que, diante de tudo isso, Raul Seixas, que tão brilhantemente mostrou o mundo como uma metamorfose ambulante, estava equivocado quando disse “eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”. Não é preciso crer naquilo que se assiste, se ouve ou se lê, mas pode ter certeza que quando é feito por jornalista profissional, que tem no sangue o dom de informar e no juramento de formatura a garantia do compromisso de buscar a verdade, acima de tudo, dando amplo espaço para todos os lados, se está publicado é porque houve muita pesquisa e levantamentos antes. E isso vale para assuntos pouco falados ou aqueles que estão como “fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde”, como lembrou Zé Ramalho.

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