A beleza das luzes de Natal dispostas em Sinimbu neste mês de dezembro poderia ser apenas um sonho distante há cerca de sete meses, quando toda a região central do município ficou alagada e a água invadiu casas e estabelecimentos de forma violenta, levando tudo que havia em seu caminho. Com a força da própria comunidade, a cidade continua se reerguendo.
E foi com esse espírito natalino de esperança que a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacis) de Sinimbu, em parceria com o movimento voluntário Por Sinimbu, deu início ao 1º Festival da Bolacha de Natal. A iguaria alemã, com receita que passa entre gerações, foi escolhida como tema da programação natalina no município, que teve a abertura nesse sábado, 7, ao final da tarde.
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No início da noite, a “caminhada de luz” levou pessoas a percorrerem um trecho da área central da cidade. Segundo o presidente da Cacis, Thomas Juliano Koch, em razão do cancelamento da programação da Exposin, o festival foi pensado como forma de gratidão àqueles que estenderam a mão à comunidade logo após a enchente e como apoio ao recomeço dos empreendedores e famílias sinimbuenses.
“Esse evento surgiu para agradecer a todo o voluntariado, desde pessoas até empresas, que ajudou o nosso município. O festival serve como uma homenagem a todos, e como pontapé para retomar os eventos na cidade e trazer alegria ao povo”, comentou ele, durante a abertura do festival.
Destaque a quem ajudou nas horas mais difíceis
Música, gastronomia, comércio e artesanato estão incluídos na programação. Conforme Thomas Koch, são 20 expositores de produtos como bolachas de Natal e artesanato. Sobre as iguarias características da época natalina, o presidente da Cacis explica que foram escolhidas por haver muita produção local e porque simbolizam a lembrança da família. Ainda no sábado, um dos pontos altos da abertura foi a “homenagem ao voluntário anônimo”.
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Conduzido pelas voluntárias Betina Backes e Luciana Gastal, o momento marcou de forma emotiva todas as ações realizadas pelos voluntários no auxílio à cidade após a enchente. A programação do festival prosseguiu nesse domingo, 8, com show de Wilson Paim. Os eventos terão continuidade nos dias 14, 15 e 22, com acesso gratuito a toda a programação.
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No centro da cidade, os estabelecimentos comerciais atenderão em horário especial nos dias do festival, e é possível aproveitar a oportunidade para adquirir os presentes de Natal em Sinimbu. Os restaurantes, padarias e confeitarias também estarão abertos, servindo lanches, café e almoço. Nas praças, há brinquedos para as crianças, praça de alimentação e ainda exposição de empreendedores do artesanato e da agricultura familiar de Sinimbu.
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Boas expectativas de vendedores
A produtora de bolachas Mirca Bernardi, de 56 anos, mora há dois em Sinimbu e ficou feliz com a oportunidade de expor seus produtos. “Sempre trabalhei com confeitaria. Nesse ano apareceu a oportunidade e logo quis participar”, comentou.
“Essa bolacha que faço foi uma receita testada por muito tempo para chegar nesse ponto que deixei. Minha expectativa é vender tudo no festival”, salientou Mirca. Ela recebeu ajuda da filha Jocenara Bernardi na produção das bolachas e do genro Daniel Zitzke nos enfeites dos produtos.
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Ana Claudia Akele Jantsch, 36 anos, é moradora de Santa Cruz e garantiu suas bolachas. “Vi que teria o festival e quis vir para ajudar a comunidade”, disse ela, que foi a Sinimbu com o marido, cunhado, esposa deste e sobrinho. “Tenho intolerância a glúten e lactose, e fiquei muito feliz de conseguir achar aqui bolachas de grão de bico e linhaça.”
Presente no evento, a prefeita Sandra Backes salientou a organização. “Voluntários e entidades se mobilizaram para o festival, que é um momento de gratidão por todos que nos ajudaram, e que marca o recomeço para o nosso município”, disse ela. “Ficamos muito felizes por poder receber as pessoas e estar com a cidade bonita, decorada, por meio de tanta solidariedade”, complementou Sandra.
A prefeita aproveitou a oportunidade para falar sobre as obras maiores de reconstrução, que ainda não foram realizadas. “São pontes e pontilhões que dependem dos recursos federais. Temos os projetos prontos já, licitados, e ainda não temos um centavo do governo federal para poder auxiliar a comunidade, que aguarda ansiosamente pela reconstrução”, explicou.
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