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falando em dinheiro

Risco de gastos exagerados no Natal e fim de ano

Faz parte das tradições da proximidade de todo fim de ano o planejamento das compras de presentes para familiares, amigos secretos e para uso pessoal, além de outros gastos e providências. É o momento, também, de comprar móveis e eletroeletrônicos para a casa. Enfim, de alguma maneira, as pessoas procuram renovar a si mesmas e seus ambientes.

É o tempo também de muitas promoções e campanhas chamativas, e de dinheiro na mão – o que pode ser sinônimo de exagero nos gastos e compras por impulso. Esse é um clássico de fim de ano, quando se juntam a Black Friday, o Natal, o 13º salário e outros “extras”. Mas como evitar as compras por impulso e os gastos exagerados no Natal e no fim de ano?

A oportunidade de usar bem essa grana extra pode também representar uma possibilidade de refletir sobre as compras por impulso, sobre a direção dos gastos do dia a dia e se há necessidade de uma mudança de comportamento financeiro para o próximo ano.

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O consumismo é o consumo exagerado, de bens ou serviços, muitas vezes de coisas supérfluas. Mais que isso, como explica Ana Leoni, educadora financeira e CEO da Planejar, há outros dois fatores particulares que ajudam a identificar esse problema:

  1. o ato de exagerar costuma estar relacionado a um estilo de vida que a pessoa quer ter ou quer demonstrar que tem: embora não seja novidade, o consumismo aparece com mais frequência hoje em dia porque a forma de consumir, de se comunicar e de desejar ficaram diferentes e mais fáceis, graças às redes sociais. Tudo piora com o acesso tão facilitado às compras, disponíveis em poucos toques na internet: as pessoas não precisam mais se deslocar para comprar qualquer coisa. Como diz Ana Leoni, “todo excesso esconde alguma falta” e o consumismo é um “sintoma de alguma coisa mais profunda que a pessoa tenha”, como a vontade de ser aceito em um grupo social ou suprir a falta de algo que se teve na infância.
  2. a reação ao consumo costuma ser cercada de sentimentos negativos como culpa e frustração: quando a pessoa consegue comprar tudo aquilo que desejou para sentir-se feliz, não necessariamente ela vai se sentir assim e aí vem uma frustração muito forte. É claro que o dinheiro é feito para gastar, mas não tudo de uma vez nem em qualquer coisa. O consumismo pode se tornar um vício, pelo prazer no ato de comprar. Para casos assim, é importante buscar ajuda especializada, para que a vida financeira não vire uma bola de neve.

Em casos menos graves, é importante inverter a forma de gastar dinheiro. Ana Leoni sugere o seguinte modelo de gastos ideal, que ela considera uma organização financeira mais eficiente, seguindo essa ordem de prioridades:

  1. Pagar as contas necessárias.
  2. Investir uma parte do dinheiro, mesmo que seja um valor pequeno.
  3. Gastar apenas o que sobra depois disso.

Ana Leoni também dá outras orientações que podem ajudar a evitar compras por impulso no fim do ano, quando mais dinheiro aparece na conta e vira tentação:

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  • evitar compras por ocasião: saber o que vai comprar e se manter fiel ao que foi decidido; isso vale para todo tipo de compra, dos supermercados às lojas de roupas, calçados e presentes;
  • observar os gatilhos de marketing: as campanhas publicitárias de fim de ano costumam ser mais insistentes para estimular o consumo nessa época; os gatilhos fazem as promoções parecerem um ganho, não um gasto. A possibilidade de fretes grátis, por exemplo, em compras acima de determinado valor, pode fazer a pessoa gastar mais do que pretendia, apenas para aproveitar a oferta;
  • dizer não à “Síndrome do Papai Noel”: o desejo de agradar às pessoas queridas pode gerar muitas compras por impulso porque achou alguma coisa que é “a cara de alguém”; esse desejo pode resultar em gastos acima da capacidade de pagamento.

Um dos problemas que a maioria já se deu conta e está sentindo no bolso é a inflação, que encarece os produtos cada vez mais. Hoje, praticamente todos os produtos estão tendo seus preços aumentados, a começar pelos alimentos, passando pelos combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha, moradia, transportes, até chegar a itens supérfluos. Sem contar, ainda, a inflação disfarçada, quando o consumidor paga o mesmo preço por um produto, mas leva menos quantidades ou menor peso.

Por isso, o consumidor deve ou deveria ter se programado para as compras de fim de ano. Para Maurício Takahashi, professor de Finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e Antônio Sá, professor de Pós-Graduação em Inteligência de Mercado, os consumidores deveriam planejar-se da seguinte forma:

  • em setembro: iniciar o planejamento do que comprar para a casa, para os familiares, colegas, amigos e para si mesmos; guardar um pouco de dinheiro para essas compras; visitar lojas e consultar sites que vendem artigos do seu interesse;
  • em outubro e novembro: se ainda não fez, aproveitar as ofertas da Black Friday que podem prolongar-se no início do mês dezembro para antecipar alguma compra;
  • em dezembro: é o mês das pessoas que preferem deixar as compras para a última hora e estão preparadas para enfrentar trânsito, lojas cheias, menos ofertas, mas talvez com mais dinheiro no bolso (parte ou todo o 13º salário ou o valor de algum bônus).

O fato é que as compras de Natal e fim de ano não podem ser considerados apenas um evento. Na verdade, constituem um processo que envolve uma série de questões: a quem presentear, o quanto gastar, o que escolher etc. É importante, também, pesquisar o que a pessoa realmente deseja ou precisa, para o presente realmente ser útil.

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Por fim, como diz Reinaldo Domingos, PhD em educação financeira e criador da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, “é hora de ter juízo: não só saber para onde o dinheiro vai, no presente e em presentes, mas também para onde ele irá no futuro”, no que um bom planejamento é fundamental.

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