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contraponto

A “grande” mídia e a autocensura

Sou um aficionado leitor de jornais e revistas. Sou assinante dos jornais Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Zero Hora, Revista Veja e, lógico, Gazeta do Sul. Não à toa, desde jovem escrevo regularmente minhas colunas de opinião. Só na Gazeta do Sul, nos últimos anos, já são mais de 1 mil artigos, em modo semanal e consecutivo. Nos primórdios, há outros 300.

Na televisão, assisto regularmente ao Jornal da Band (Grupo Bandeirantes) e ao Jornal Nacional (Rede Globo). Sem prejuízo aos canais pagos, a exemplo de Globo News e CNN, entre outros. Porém, esses dois últimos, cada vez menos.

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Demonstrada minha afeição ao jornalismo e à imprensa em geral, quero, entretanto, lamentar uma evidente decadência qualitativa, sobretudo do que denominamos de “a grande mídia nacional”. Há várias explicações para o fato.

Entre essas explicações, importa destacar a emergência política de Bolsonaro no cenário nacional, desde 2018. Face suas frequentes implicâncias e grosserias, conquistou antipatia radical entre vários jornalistas. Concomitantemente ocorreu a extraordinária reabilitação eleitoral de Lula, sob a inédita e surpreendente autoria e liderança do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde então, semeado fartamente o divisionismo social pelas partes (antipetismo e antibolsonarismo, bolsonarismo e lulopetismo), agravado com a participação, comprometimento e parcialidade do STF, repito, chegamos aonde estamos, em modo institucional precário e decadente.

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Mas, então, onde “entram” a grande mídia e o jornalismo profissional? Primeiramente, a ascensão e o sucesso eleitoral (não só no Brasil) do que passou a ser denominado de direita e extrema direita, foi tratado com desprezo e falta de conhecimento científico político-ideológico. Em outras palavras, vários jornalistas da grande mídia “tomaram as dores” em repetidas divergências conceituais, e passaram a rotular preconceitos, vulgarizar e desqualificar o debate político.

Pior: alguns partidos historicamente de centro e vocacionados à social-democracia foram jogados no mesmo balaio discriminatório, sobretudo naquilo que insistentemente denominam de extrema direita.

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Irônica e contrariamente, são raras as análises e as observações críticas tocante àqueles partidos que em tese responderiam pelo que podemos e deveríamos denominar como que de esquerda e extrema esquerda. Aliás, raramente são nominados e “condenados”, na ênfase e proporção dos demais.

Concomitante com essas omissões e ações (seriam razões ideológicas? Orientações editoriais? Retribuições “remuneratórias”?), também deram e dão menor relevância e dimensão aos absurdos e abusos cometidos pelo STF, praticamente um consenso nacional.

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Em síntese, a grande mídia, para fazer jus ao título, não pode sucumbir ao evidente exercício diário de autocensura (modo gentil de tratamento), ao poupar de críticas os demais responsáveis pelo lastimável momento histórico!

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