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EDUCAÇÃO

Mudanças climáticas vão parar nas fábulas literárias 

Foto: Rafaelly Machado

Rafaela, Amanda e Sofia: lição sobre solidariedade na história da Cachinhos Dourados

Era uma vez uma garota com cabelo loiro e encaracolado que passeava pela floresta, quando uma forte tempestade começou. Seu nome era Cachinhos Dourados. Entre as árvores, encontrou a casa da família urso. Bateu na porta, mas ninguém atendeu. Para sua sorte, a porta estava destrancada, mas o interior do lar havia sido invadido pela água da chuva. A menina decide limpar a moradia até o retorno da família urso, que a agradece pela ajuda, convidando para um chá.

Sob o olhar das estudantes Amanda Trevisan, Sofia Zen e Rafaela Henkes, a clássica fábula infantil passou por alterações. A partir das catástrofes climáticas que afetaram o Estado, o trio resolveu incorporar à narrativa uma lição sobre a importância da solidariedade em momentos críticos.

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Intitulada Cachinhos Dourados e os três ursos na tempestade, a obra é um dos 13 trabalhos desenvolvidos por alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio São Luís. Eles foram desafiados pela professora de Estudos Literários e Português, Simone de Oliveira, a escolher uma história para abordar as mudanças climáticas e questões ambientais. 

A educadora buscava uma forma de abordar o tema após as enchentes. Com a proposta, estimulou os jovens a explorar a criatividade para compor as narrativas. “Com a proximidade das provas do Enem, conseguimos proporcionar um momento diferente. É uma forma de não esquecerem dessa ludicidade dentro deles”, afirmou.

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Para compartilhar a história com as crianças do 1º ano do Ensino Fundamental, os grupos foram à Floresta da Educação Infantil, localizada no interior da instituição. Não só reescreveram as fábulas, mas também criaram ilustrações para manter os pequenos atentos. 

Além da Cachinhos Dourados, os contos dos Três Porquinhos, do Patinho Feio e da Chapeuzinho Vermelho ganharam um novo olhar. Até mesmo o Saci Pererê deu as caras, em uma história criada pelos alunos Pedro Henrique Hermes, de 18 anos, e Lucas da Fontoura Franskoviak, 17. Após ferir a única perna, os habitantes da vila onde o personagem mora constroem uma perna com material reciclável. Com isso, ele pode voltar a proteger a floresta mágica e preservar o meio ambiente.

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Conforme Pedro, apesar do trabalho para construir o projeto, a apresentação para as crianças foi recompensadora. Sentados sob uma árvore, mostravam as imagens que haviam criado no computador enquanto o grupo assistia com atenção. “Estávamos nervosos, mas quando começamos a falar, ficamos aliviados porque todos gostaram. A interação foi fantástica”, afirmou.

Para a professora Elisa Kappel, responsável pela alfabetização dos Anos Iniciais, a atividade foi um momento de alegria. Educadora na instituição há 38 anos, ficou feliz ao ver que a maioria dos estudantes dos Anos Finais presentes aprendeu a ler e escrever com ela. “E hoje estão trazendo para os meus alunos histórias que eles escreveram. Me senti privilegiada”, afirmou.

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