“Sem limites para sonhar.” Tal qual a frase que divulga sua apresentação, Alessandro Machado, o DJ Manão, de 31 anos, nunca se limitou na busca pelos seus sonhos. Portador de atrofia muscular espinhal (AME), doença rara e degenerativa que interfere diretamente na capacidade de movimento do corpo, é um exemplo de superação e determinação. Natural de Sobradinho e DJ há 11 anos, sempre busca inovar e conquistar o público onde se apresenta.
Ele foi uma das atrações da tarde no Palco Gazeta no dia 12, e volta a se apresentar nesta quinta-feira, 24, às 16h30, no Dia da Inclusão na Festa da Alegria. Ao longo dos anos, passando por cima de dificuldades, precisou se adaptar conforme a doença o afetava. Como DJ, toca com a operadora de som no colo, sobre uma cadeira de rodas. “A AME vai avançando devagarinho. Quanto mais passa o tempo, mais vou perdendo minha mobilidade”, disse ele em entrevista.
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Manão pegou gosto pela música ao ir com um amigo em festas. “Para eu não ficar em casa sozinho, ele, que era DJ, me levava junto, e aquilo me encantou. Aprendi e comecei devagarinho. Depois de um tempo me tornei residente em um local de Sobradinho e segui”, contou ele, que chegou a abrir uma casa de festas em Estrela Velha. Acabou fechando durante a pandemia. Em seus anos de carreira, já dividiu o palco com artistas como Bonde do Forró, Armandinho, Guz Zanotto, Glê Duran e Rafa Machado, da Chimarruts.
Infelizmente, a grande maioria dos locais onde ele toca ainda não tem acessibilidade. “Oitenta por cento não é adaptado. Mas com a ajuda do pessoal, a gente sobe no palco e faz a festa”, ressaltou.
No último dia 12, ele disse ter realizado dois sonhos de vida. O primeiro, à tarde, era se apresentar na Oktoberfest de Santa Cruz do Sul. E o segundo era assistir de perto ao show do DJ Alok, seu ídolo. “Ele é uma referência para todos que são DJs.”
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A companheira de vida
Apesar da alegria em cima do palco, Manão admite que em muitos momentos não é fácil conseguir espaço. “Isso ocorre porque as casas de festas têm receio de colocar uma pessoa cadeirante para tocar, por não saber se ela é capaz. Mas com o tempo estou conseguindo mostrar que posso fazer o que todos fazem. Apesar de atualmente eu ter bem pouca mobilidade, o que faz eu não parar é a música, e ela”, disse, olhando para sua companheira Amanda Moreira Jahn, de 25 anos.
Os dois moram na entrada da cidade de Sobradinho. Estão há dez anos juntos. O DJ não segura as lágrimas ao falar da companheira. “Ela é a pessoa que me incentiva, que me ajuda, tá sempre junto”, revelou. Amanda é motorista, faz fotos e vídeos das apresentações, ajuda em toda a divulgação e auxilia o DJ em tudo que ele precisa.
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“Eu e o Manão começamos a namorar há quase dez anos, e sempre houve o preconceito. Já ouvi ‘o que uma guria bonita quer com um cadeirante?’. Isso existe, e no começo cheguei a ter problemas até com a minha família. Mas devagarinho a gente vai passando por tudo”, disse ela. “Somos um casal feliz, nos damos bem, um ajuda o outro, e não interessa se ele é cadeirante. Para mim vai ser o Manão sempre. A gente batalha juntos e vamos vencer juntos.”
Programação desta quinta
16h30 – DJ Manão
19 horas – Banda Magia
21h30 – Jonathan Pacheco
Encerramento – Comunicadores Gazeta
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