Preso após ser flagrado com mais de 250 quilos de maconha, em uma das principais apreensões de drogas do ano passado na região, um homem de 44 anos que respondia a esse processo em liberdade voltou a ser capturado por um motivo inusitado. Ele coagiu os policiais civis que atuaram na ação e estavam aguardando para prestar depoimento no Fórum de Santa Cruz do Sul, durante uma audiência do caso em julho.
O fato foi reportado pelos agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O promotor Gustavo Burgos de Oliveira pediu imediatamente a prisão preventiva do réu por coação no curso do processo, que foi aceita pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz do Sul.
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A captura do acusado foi efetuada no dia 28 de agosto no Bairro Guerino, em Rio Pardo, pelos mesmos agentes que foram coagidos por ele. Atualmente, as partes envolvidas no processo aguardam a resposta de um ofício direcionado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), para que uma nova audiência seja marcada pelo Poder Judiciário. A expectativa é de que o caso seja retomado somente ao longo do ano que vem.
Droga era para abastecer usuários na Oktoberfest
A apreensão em questão ocorreu há um ano, em 6 de outubro de 2023, no dia seguinte à abertura da Oktoberfest. Na data, pela manhã, os investigadores da Draco apreenderam 257,6 quilos de maconha. Eles haviam apurado que um carregamento de drogas poderia estar chegando a Santa Cruz. Após buscas em rodovias, os policiais localizaram dois veículos suspeitos.
Os entorpecentes estavam embalados em pacotes escondidos com um lençol, no banco de trás de uma Hyundai Tucson preta, que foi abordada após perseguição nas imediações da ERS-409, quase na divisa com Vera Cruz. O motorista da SUV, de 42 anos, e o condutor de um Hyundai HB20 branco, de 44 anos, que vinha como batedor (dirigindo esse veículo para visualizar se havia barreira policial na rodovia), foram presos em flagrante.
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A operação, conforme disse na época o delegado regional Luciano Menezes, quebraria um esquema de distribuição de maconha durante o período de Oktoberfest. De acordo com a apuração, a droga apreendida era transgênica, com THC modificado. A maconha era diferenciada, com um custo bem maior no mercado ilegal. Teria vindo do Paraguai para reforçar estoques do mercado ilícito de comércio de drogas para venda a usuários durante as semanas da Oktoberfest de 2023.
Indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público, os dois homens passaram a responder ao processo. Enquanto o mais velho atualmente cumpre prisão preventiva no Presídio Regional de Santa Cruz pela coação no curso do processo, o mais jovem aguarda os desdobramentos do caso em liberdade. Os seus nomes são mantidos em sigilo pelas autoridades.
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