A Rádio Gazeta FM 107,9 completou nessa quinta-feira, 26, a segunda rodada de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Santa Cruz do Sul. O último prefeiturável a falar com o jornalista Ronaldo Falkenback, por ordem de sorteio, foi Sérgio Moraes (PL). Ele explicou alguns de seus planos, como o estacionamento subterrâneo e o centro de atendimento, e antecipou que as primeiras ações serão voltadas à qualificação na área da saúde.
Já tendo passado pelo Palacinho por duas vezes, Moraes fez questão de citar trabalhos realizados em suas gestões, como a instalação do Cemai, do Hospitalzinho e da UTI Pediátrica no Hospital Santa Cruz. Reforçou que algumas questões serão vistas com mais rigor, como o contrato com a Corsan, que foi renovado. Acrescentou, porém, que as maiores iniciativas são as que representam resultados como salvar a vida de uma criança. “Essas obras que a gente para na frente e faz foto para sair no jornal são boas, mas as melhores a gente não inaugura, que é uma criança sendo salva, um hospital de qualidade”, frisou.
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Moraes mostrou descontentamento com iniciativas que classifica como retaliações. Citou a redução do tamanho da estrutura adquirida para a instalação do autódromo e Parque de Eventos e também do Hospitalzinho. Ainda preconizou o fim de uma era na política local. “Como foi feito por mim [o Hospitalzinho] e leva o nome da minha falecida mãe, Ignês Moraes, os governos que estão aí deixaram, por birra, do jeito que está. Creio que as próximas gerações de prefeitos vão sair dessa linha Hermany e Moraes. Isso vai se apagar e quem entrar verá que precisa de um grande hospital na Zona Sul.”
Como os demais, o candidato respondeu à questão de uma entidade. Coube-lhe a pergunta da Aturvarp, que trata sobre as ações de turismo na região.
O que ele disse
- ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEO
“Não é algo que estou inventando. É algo que já vi em vários municípios. Entrei em um estacionamento subterrâneo que desci até o 10º andar. Aqui em Santa Cruz tem um prédio que tem estacionamento subterrâneo com três andares. A conversa de que não dá para fazer é de quem não conhece. A Praça Getúlio Vargas não é igual a Santa Cruz, principalmente a parte virada para o Banco do Brasil. É uma praça feia. Queremos uma empresa terceirizada, com licitação, que explore por anos aquele espaço. Em troca, eles fazem a modernização da praça. A parte de baixo será contemplada com espaço para lojas de artesanato. Não se toca no chafariz, é da comunidade. Pode ser melhorado o sistema de pintura. A parte que vira para o lado da rua central, do Quiosque, tem que dar uma melhorada, substituir algumas árvores. Tem até pinus, uma árvore que não condiz com praça. Seria na parte do lado do Banco do Brasil, com estacionamento para 700, 800 carros. Assim, param de ficar procurando. Estamos falando com a parte tecnológica para saber, pelo telefone, onde tem vaga. Outra sugestão que chegou para nós é utilizarmos os miolos das quadras, mas vamos estudar isso.” - ROTATIVO
“Hoje está em boas mãos. Vamos fazer com que ele seja mais rigoroso, porque hoje tem muita gente que não quer pagar e não é justo. Se eu pago, você tem que pagar. O trabalho do Consepro é muito importante. Só mexo por força de lei. Por enquanto, gera empregos, organização do trânsito. Se o Consepro quiser se modernizar, ter um sistema diferente, dá para ver.” - GRANDE OBRA
“Sou o homem das grandes obras. Fiz 170 quilômetros de pavimentação, na época em que não tinha dinheiro, entre ginásio de esportes e salões comunitários construí 42. O autódromo fiz em oito meses. A atual prefeita está fazendo uma grande obra no Arroio Grande, mas é pequena comparada com o autódromo, e já está quase um ano ali e não vai. Construí o Hospitalzinho da Zona Sul, a UTI Pediátrica. Temos coisas em mente: preparar o trânsito para a Zona Sul, com viaduto passando pela 471; a duplicação da 471, estamos pensando em falar outra vez com o governo federal, porque tem dinheiro, e não sangrar a comunidade com empréstimo caríssimo. A prefeita pegou empréstimo de R$ 200 milhões e vai pagar R$ 550 milhões. São R$ 350 milhões de juros, que serão pagos pelo povo, dinheiro que vai faltar em todas as partes. Temos que ajustar de maneira mais inteligente. Não é uma crítica à atual prefeita. Ela pouco administrou, transferiu para outros. Daí virou parquinho de diversão. Temos que colocar comando e eu sei fazer isso.” - AÇÕES IMEDIATAS
“Vou repetir o que fiz em 1997 quando cheguei à Prefeitura. Vou ajeitar a saúde pública. Até hoje me perguntam sobre a maior obra que fiz: a UTI Pediátrica, o Cemai e o Hospitalzinho da Zona Sul, que ficou do jeito que deixei. Agora quero edificar, preparar, mudar, dar atendimento mais digno. A obra da saúde é a principal sempre. Se eu conseguir salvar uma criança, já me basta. Essas obras que a gente para na frente e faz foto para sair no jornal são boas, mas as melhores a gente não inaugura, que é uma criança sendo salva, hospital de qualidade. Agora queremos fazer a Central de Saúde. Hoje o médico diz que o cidadão deve procurar especialista, volta no centro, pede autorização para seis meses, o especialista atende e pede um exame, ele volta, pede requisição e espera mais seis meses. Do dia que foi ao posto até o final é um ano. Tem gente esperando dois anos. Nesse tempo a pessoa morre.
Está mal preparado. Santa Cruz gasta R$ 288 milhões em saúde. Dá R$ 780 mil por dia, contando sábado, domingo, feriado. Não é possível que não tenha algo errado. A engrenagem ficou pesada. Temos que entrar e resolver, porque saúde não espera. A lâmpada da minha rua está queimada? Isso dá para esperar. Tem um buraco na minha rua? Isso dá para esperar. O teu filho doente não pode esperar. Temos que entrar com força e vontade na saúde.” - CENTRAL DE SAÚDE
“Não tenho ideia de onde será implantada. Estamos pensando em convênio com a Unisc, talvez no centro da cidade, onde tenha prédio para vender; alugar não, porque aluguel é palavra do outro governo. Vamos comprar e fazer próprio em local adequado. Não é pegar um pavilhão, varrer e entrar para dentro. Só para ter uma ideia, a sala de raio-X tem padrão de largura, tem que ser revestida com chumbo. Dinheiro para isso? O deputado Marcelo Moraes (PL) me garantiu R$ 10 milhões para o primeiro ano.
Por falar em dinheiro de deputado, não importa o partido, que nos mandem esse recurso. Eles terão obras feitas, serão convidados para inauguração, será falado no nome deles. A atual prefeita mandou mais de R$ 30 milhões embora, de dinheiro dado, sem a necessidade devolução, porque veio dos Moraes. Acho nojento isso. Penso diferente. Todos que mandarem dinheiro para Santa Cruz receberemos de braços abertos. Vamos fazer a divulgação do nome dos deputados. O importante não é a quantidade de votos que vamos fazer. O mais importante é quanto melhor vamos atender a população e com isso vem os votos. É essa confusão que está no governo atual.” - ENTIDADE
Djalmar Ernani Marquardt, presidente da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) perguntou: quais os planos para viabilizar o turismo?
“O turismo em Santa Cruz está prontinho, tudo organizado. Criamos os roteiros rurais, com as pousadas, as diferenças que temos para mostrar. Queremos criar o Vale Cervejeiro, que é proposta nossa. Na primeira Oktoberfest que estiver no governo, vamos colocar cervejas e chopes produzidos em Santa Cruz. Chega de buscar a Ambev. Vamos valorizar as pratas da casa. Essas marcas comerciais, que têm na Oktober, você toma em qualquer boteco. Agora, tomar uma feita na terra do alemão é outra conversa. Hoje, eles já têm condições de produzir o dobro do que a Oktober consome. Isso fará com que muito dinheiro fique em Santa Cruz. Hoje, bota num saco e vai embora.
Sobre o autódromo, naquele parque que compramos, com 240 hectares, logo que entrou o outro governo doou para um grupo, que acabou vendendo, nunca tendo produzido nada. Ganharam e venderam. Não satisfeitos. A parte do lado direito já foi tudo vendido. Do lado esquerdo, cavaram um buraco onde cabem 20 prédios, para acabar com o autódromo só porque fui eu que fiz. Vamos melhorar o autódromo, vamos liberar, porque houve uma falcatrua na licitação da obra. Vamos pedir ao Ministério Público para nos ajudar para que se possa fazer uma obra decente. Vinha gente do Brasil inteiro e da América do Sul para Santa Cruz do Sul. Foi sufocado, porque foram os Moraes que fizeram.”
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