Tradicional em todos os encontros de família, de amigos e até mesmo empresariais no Rio Grande do Sul, o churrasco ganha ainda mais destaque durante o mês de setembro. Com diversos eventos no âmbito da programação da Semana Farroupilha, o movimento nos açougues e a demanda por carnes específicas para a churrasqueira aumentam. Para garantir bom resultado, contudo, é preciso escolher os cortes certos ter atenção a outros fatores que podem melhorar a textura e o sabor.

Atento a esse aspecto, o Supermercado Miller intensifica o trabalho. Conforme o gerente comercial Mauro Ferla, o aumento na procura é de cerca de 10% comparado com os demais meses do ano e é percebido há muito tempo. A costela é a preferida e lidera as vendas, mas picanha, maminha e entrecot também se sobressaem. Outra questão relevante para os consumidores é o preço. Ainda segundo Ferla, não há variação significativa em relação a 2023.

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Uma das mudanças percebidas pelos comerciantes é o método usado para o preparo do churrasco. Aos poucos, os espetos vão dando lugar às grelhas e às parrillas, equipamentos tradicionais nos países vizinhos, como Argentina e Uruguai, e que estão conquistando os brasileiros. Em função disso, mudam também os cortes.

Conforme o açougueiro Matheus Henrique da Silva, do Mercado Terra Nostra, o novo hábito é perceptível. “O pessoal está pegando o jeito da grelha. Antigamente, a costela era só para espeto; agora, os clientes pedem em tiras”, afirma. Vazio e outros cortes em medalhões, como picanha e entrecot, também são melhores para esse preparo e ainda indicados para assadores não tão experientes. “Os cortes nobres são mais fáceis de acertar. Mesmo quando você erra, eles ficam bons”, afirma.

Também açougueiro, Gildomar Bilhão revela que a Semana Farroupilha já chegou a dobrar as vendas em alguns anos. “Sai muito o costelão, mas também a costela bovina, a costela de porco e o vazio, bem como carne de ovelha, de que temos demanda crescente nesse período.”

Dicas valiosas de um assador profissional

Com 46 anos de idade, Anderson Adriano Martim é um dos assadores do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Tropeiros da Amizade, de Santa Cruz do Sul. Com 15 anos de dedicação à atividade, e já tendo preparado churrasco para 400 pessoas, ele orienta: é fundamental limpar a carne para tirar excesso de gordura, fibras e outras imperfeições que podem impactar negativamente o produto final.

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Em relação aos cortes para o espeto, recomenda os longos, como a costela. “É o jeito mais fácil de assar.” Martim afirma que prefere sempre a carne fresca resfriada em detrimento das congeladas e embaladas a vácuo. “É uma questão de sabor. Existe diferença”, frisa.

O sal deve ser do tipo grosso e colocado à vontade. “A carne vai pegar só o que precisa do sal; depois bate ela e pode servir.” Para acertar o ponto, a dica é prestar atenção no aspecto externo e tirar lascas para ver como está a parte interna.

“O segredo é ficar virando. Vai até a ponta da churrasqueira e, quando terminar, pode começar a virar novamente.” Ao atingir o ponto desejado, basta afastar do fogo – que deve ser sempre forte – até a hora de levar à mesa. Ao fim da refeição, as sobras podem ser incluídas em muitos outros pratos, como carreteiro, puchero, ao molho ou com macarrão. “Sempre pode ser reaproveitado”, conclui Martim.

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