Na semana passada, vivemos mais um Festival Santa Cruz de Cinema. Mais uma vez, um evento lindo, mobilizando grande público, quebrando recordes e oportunizando que as pessoas apreciem, gratuitamente, o melhor do cinema nacional.
Neste ano, houve um charme a mais. A mudança de data permitiu que os tradicionais arcos da Marechal Floriano se enfeitassem com as cores do festival – o que não acontecia antes, visto que até 2023 ocorria em outubro e dividia as atenções da cidade com outras programações. Agora, tudo convidava a população a prestigiar quatro noites de cinema nacional.
De fato, mais uma vez o público se fez presente em peso, conhecendo melhor aquelas tramas de todos os cantos do Brasil. Mas sinto que ainda não é de conhecimento geral a relevância de Santa Cruz no cinema.
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O festival daqui já é um dos maiores do País em questão de número de filmes inscritos (mais de 800) e público. Todos que têm a oportunidade de participar rasgam elogios ao evento. Não para por aí. No último Festival de Cinema de Gramado, em agosto, foram entregues três prêmios a Santa Cruz, incluindo o de melhor cidade para filmagens. O potencial do município no audiovisual se reflete na atuação de associações como a Santa Cruz Film Commission e a Santa Cruz Polo Audiovisual, que já têm mostrado os efeitos do trabalho que desempenham.
Soma-se a isso, como uma cereja do bolo, a primeira exibição de InfiniMundo na região, na última noite do Festival de Cinema. A produção assinada por Diego Müller e Bruno Martins é o primeiro longa nacional gravado no Vale do Rio Pardo, totalmente ambientado no interior de Santa Cruz e Sinimbu. O auditório central da Unisc mais que lotou para ver o resultado, com presença massiva dos habitantes de Bons Costumes, cidade fictícia onde se passa o filme.
Com certeza, uma experiência única ver os cenários de nossa região (hoje devastados pela enchente, mas eternizados na telona) em uma produção desse calibre. Um filme lindo, que todos deveriam aproveitar qualquer oportunidade de assistir. Visualmente deslumbrante, mas também doce e reconfortante.
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Falando pessoalmente, o festival deste ano também teve um significado bastante especial. Tive a honra de ser o diretor e roteirista de um dos filmes escolhidos para a Mostra Olhares Daqui, com produções locais. O documentário Madame Bovet: a mulher do casarão, que retrata a história de uma rica família francesa que teve de se refugiar em Monte Alverne, surgiu como um trabalho de faculdade e atingiu uma proporção inimaginável.
Ver aquele auditório cheio, aplaudindo o nosso filme, foi inesquecível e fez todo o trabalho valer a pena. Uma conquista e tanto para um grupo de alunos que então estava no primeiro ano da faculdade. Ficam minha admiração e meu agradecimento a todos que, de alguma forma, colaboraram para que esse projeto existisse.
Por fim, visto que estamos em período eleitoral, deixo aqui o meu apelo: que aqueles que assumirem os cargos públicos percebam, respeitem e incentivem o potencial que Santa Cruz do Sul tem para o audiovisual. Todos têm a ganhar com isso.
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