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Investigação

O que se sabe e o que falta esclarecer sobre acidente fatal entre carro e ônibus escolar

Está sob investigação da Polícia Civil o grave acidente fatal entre um ônibus escolar e um Fiat Siena vermelho, ocorrido na tarde da última quinta-feira, 12. A colisão frontal, que vitimou a condutora do carro, Andreia Kohls, de 48 anos, aconteceu por volta das 16 horas, nas imediações de um estande de tiro, no quilômetro 103 da RSC-287, cerca de 500 metros distante do trevo do antigo Sanatório Kaempf, em Santa Cruz do Sul.

Nessa sexta-feira, 13, a delegada Ana Luisa Aita Pippi confirmou à Gazeta do Sul que um inquérito foi instaurado para apurar todas as circunstâncias do fato. Como de praxe, foram solicitados exames de necropsia, alcoolemia e toxicológico no corpo da vítima. O celular dela também será analisado. Sobre a dinâmica do acidente, o que já se sabe é que o Siena dirigido por Andreia invadiu a pista do coletivo.

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O ônibus levava alunos de volta à Escola Estadual Monte Alverne, após participarem de uma competição de jogos rurais no campus da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Entre os detalhes que ainda carecem de esclarecimentos e que a polícia vai tentar identificar, está o que levou a condutora do Siena a ocupar a pista contrária, seguindo direto na direção do coletivo.

Imagens de câmeras da rodovia, que já foram coletadas pelas forças de segurança, mostram que o ônibus deu vários sinais de luz alta ao verificar a aproximação do automóvel, que seguiu na direção do coletivo sem ao menos frear ou realizar qualquer tipo de manobra defensiva. O carro onde estava Andreia não tinha air bag. Como o impacto foi muito forte, o capô e a parte do motor e do painel do automóvel foram prensados contra a motorista. O parabrisa também acabou quebrando.

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Andreia, que estava sozinha no carro, teve lesões nas duas pernas, fraturas nos pés e no pulso, e uma compressão no tórax devido ao impacto. No exame de necropsia, ainda será analisado se o pescoço sofreu algum dano mais grave. Ela utilizava cinto de segurança e praticamente não teve perda de sangue, somente apresentava um pequeno corte no lábio.

Quando os policiais rodoviários estaduais chegaram ao local do acidente, Andreia estava inconsciente, mas apresentava pulsação, ainda que fraca. Logo depois, no entanto, não resistiu e faleceu. O condutor do ônibus, de 45 anos, permaneceu no local durante todo o atendimento da ocorrência e prestou o auxílio necessário. Como ação de praxe em qualquer acidente de trânsito, os policiais rodoviários estaduais realizaram um teste de bafômetro no motorista, que deu resultado zero.

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Perícia

Presente no local da colisão, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) apurou vestígios e informações que vão servir de base para laudos a serem fornecidos à Polícia Civil. O objetivo desse trabalho será auxiliar na identificação das circunstâncias do acidente. Considerado referência no assunto e um dos mais prestigiados peritos do Estado, Paulo Ricardo Ost Frank detalhou à Gazeta que tipo de exames são realizados em casos como esse.

O coordenador da 10ª Coordenadoria Regional de Perícias (10ª CRP), com sede em Santa Cruz e abrangência nos vales do Rio Pardo e do Taquari, fez questão de frisar que não revelaria detalhes do acidente em específico, apenas quais os procedimentos feitos pelo IGP como padrão em situações do tipo.

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Segundo ele, a primeira análise é verificar se a vítima não faleceu de alguma outra causa antes do acidente, como morte súbita ou problema cardíaco. “Isso será explicado pelo médico legista no exame de necropsia, que apura a causa da morte”, detalhou Frank. “Outra situação a ser analisada é se a pessoa não estava sob influência de alguma substância que causa alteração de consciência. E isso é detectado em exame de sangue e urina, em que são testadas cerca de 50 substâncias diferentes para verificar o estado do condutor”, complementou.

Também são analisadas as informações coletadas na cena do acidente, verificando se a rodovia estava em boas condições, e se havia algum buraco ou obstáculo que pudesse ter contribuído para o carro deixar sua pista e invadir a outra. Em relação aos veículos, são analisadas as condições mecânicas, para ver se havia algum problema de dirigibilidade, de pneus ou freios que pudesse ter contribuído para a situação.

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“Nunca se descarta a hipótese de suicídio. Por isso, é sempre verificada a possibilidade de uma suposta vítima de acidente ter deixado um bilhete no veículo ou em outro local. Durante o andamento de todas essas diligências iniciais, podem sempre surgir outras circunstâncias que requerem exames específicos”, finalizou o perito Paulo Frank.

CTG publica homenagem: “Dançaremos por ti”

Moradora do Bairro Várzea, Déia, como a motorista do Siena era conhecida, era professora das escolas Mariante e Adelina Isabela Konzen, em Venâncio Aires. Também tinha uma empresa de decoração de festas e era bastante ligada ao tradicionalismo. Ambas as instituições de ensino e o CTG Lanceiros de Santa Cruz, do qual ela fazia parte, emitiram notas de pesar pelo seu falecimento.

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“Tia Déia, que tu leve a felicidade contagiante de sempre para todos os anjinhos do céu. Gratidão por tudo que fizeste nesse plano. Dançaremos por ti. Descansa”, disse uma das mensagens publicadas pelos Lanceiros. O CTG Rincão da Alegria também divulgou nota de pesar.

A Prefeitura de Santa Cruz manifestou solidariedade e apoio a familiares e amigos da vítima. A Secretaria Municipal de Educação informou que os alunos da Escola Estadual Monte Alverne que estavam no ônibus foram conduzidos em segurança para suas casas, por meio de transporte alternativo disponibilizado pelo Município. “Em parceria com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação, a Secretaria assegura que todos os estudantes envolvidos receberão suportes psicológico e emocional necessários após a tragédia”, disse a Prefeitura em nota.

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O velório de Andreia ficou a cargo da Funerária Diersmann e iniciou nessa sexta-feira, no Memorial e Crematório Jardim Montanha dos Vales, em Santa Cruz. Os atos finais ocorreram neste sábado, 14, às 10 horas, no mesmo local.

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