Condenado por muitos homicídios, o ex-pistoleiro da facção Os Manos, Marcelo do Carmo, o Marcelinho, de 38 anos, adicionou mais 17 anos às múltiplas penas que já cumpre em uma cela da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC). Nessa quinta-feira, 12, à tarde, em sessão do tribunal do júri, no Fórum de Santa Cruz do Sul, ele confessou ter sido o mandante do assassinato de Valdemar de Camargo, de 37 anos, em 13 de agosto de 2018, no Bairro Santa Vitória.
Seu subordinado e autor da execução a tiros, Anderson dos Santos Ramos, de 28 anos, também confessou o crime e foi condenado a 15 anos de prisão. Este cumpre pena na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva).
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A sessão, que se iniciou às 13h15 e terminou às 18h15, foi presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Nos debates, o promotor Gustavo Burgos de Oliveira, que representou o Ministério Público (MP) iniciou sua fala detalhando a ficha criminal dos dois réus. Com a condenação dessa quinta, Marcelinho acumula agora 117 anos e quatro meses de prisão. Destes, ele já cumpriu 13. Anderson soma 47 anos, dos quais cumpriu seis, restando 41.
Burgos explicou que o homicídio de Valdemar de Camargo desencadeou uma interceptação telefônica, solicitada pela polícia. Nela foi possível apurar informações sobre outros assassinados ocorridos no mesmo período, que tiveram o mesmo mandante e autores, como as mortes de Denian Marcel de Oliveira, em 27 de agosto de 2018, e Thiago Maciel de Borba, em 10 de setembro de 2018.
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Tanto o promotor quanto o defensor apresentaram o depoimento do inspetor de polícia Marcos Lixinski de Lima, considerado um dos principais investigadores da 2ª DP e responsável no inquérito, entre outras ações, por analisar as interceptações telefônicas. Burgos salientou o fato de que foi apurada uma grande quantidade de evidências que comprova o envolvimento dos réus nos crimes.
Já o defensor Arnaldo França Quaresma Júnior, que fez a defesa dos dois réus, frisou a parte do depoimento do inspetor De Lima em que é perguntado sobre a existência de alguma escuta com ordem de Marcelinho para Anderson cometer o crime. O policial respondeu que não. Aos jurados, Arnaldo pediu o afastamento da qualificadora de recurso que dificultou a defesa da vítima.
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Segundo o defensor, já havia um clima de animosidade e a vítima sabia que estava em perigo, não sendo surpresa ela ter sido morta. Quaresma ainda enalteceu as confissões dos dois acusados. Afirmou que para ele o contexto probatório era insuficiente, e que estava pronto para pedir aos jurados a absolvição dos réus por insuficiência de provas.
Olhando para o ex-pistoleiro da facção Os Manos, Arnaldo disse: “Não vou passar a mão na tua cabeça, Marcelinho. Tu já sabe minha linha, mas preciso enaltecer tua confissão”. Os argumentos do defensor público, porém, não convenceram os jurados, que reconheceram a qualificadora e condenaram os réus com o máximo rigor.
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