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Festival de Cinema enaltece o talento dos homenageados

Foto: Alencar da Rosa

As estrelas do sétimo Festival Santa Cruz de Cinema tiveram suas carreiras exaltadas na noite dessa quinta-feira, 5, no auditório da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Antes da última sessão de curtas-metragens, o público e a organização do evento celebraram a carreira dos atores Marcos Breda e Virgínia Cavendish. Durante a homenagem, os espectadores puderam conferir vídeos com um resumo da carreira da dupla.

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O artista gaúcho foi agraciado com o prêmio Tuio Becker, crítico de cinema santa-cruzense que tem a sua contribuição à sétima arte celebrada nessa honraria. No cinema, Breda destacou-se pela atuação em Feliz Ano Velho, que lhe rendeu um Kikito de melhor ator em Gramado.

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Em entrevista recente à Gazeta do Sul, Breda revelou que nutria uma amizade com o repórter Tuio, que também atuou e trabalhou como diretor e roteirista. “Um profissional extraordinário e a sua fama o precede, nada do que eu disser vai ser melhor que a própria trajetória do filho desta terra”, afirmou.

Virgínia Cavendish e Marcos Breda exibem os troféus Tipuanas que receberam em homenagem à carreira como atores

O troféu foi entregue ao ator por um antigo amigo e colaborador, o cineasta gaúcho Tabajara Ruas. Dedicou a premiação a todas as pessoas com quem trabalhou na sua trajetória, especialmente Ruas. Também agradeceu aos organizadores do festival e o enalteceu. “É um evento do qual Santa Cruz deve se orgulhar muito”, enfatizou.

À Virgínia, grande homenageada desta edição, foi concedido um Tipuanas de distinção por sua trajetória. Destacou-se em produções na televisão – em novelas e séries –, teatro e cinema. Sua personagem mais conhecida foi Rosinha na série O Auto da Compadecida, que em dezembro terá sua continuação lançada no cinema.

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A premiação foi entregue pela agente cultural do Sesc Santa Cruz, Lisiane Camargo. Ao segurar o troféu na mão, emocionou-se ao dedicá-lo à filha, Luísa Arraes, que tem se destacado como atriz. “É uma atriz maravilhosa e está seguindo a carreira da mãe”, afirmou.

Para Virgínia, que exibiu em Santa Cruz do Sul seu primeiro trabalho como diretora, os festivais de curtas-metragens são importantes. “É lindo que isso exista e que se permaneça por muitos e muitos anos”, afirmou.

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O Festival Santa Cruz de Cinema chega nesta sexta-feira, 6, na reta final. Para encerrar com chave de ouro, será exibido, no telão do auditório central, o longa-metragem InfiniMundo. O filme de Diego Müller foi filmado no interior de Santa Cruz do Sul e de Sinimbu.

Após a sessão, serão revelados os vencedores das mostras Nacional e Olhares Daqui. Os filmes em competição concorrem a 13 categorias do troféu Tipuana.

Filme dirigido por Virgínia teve sua estreia nesta quinta-feira

A participação de Virgínia Cavendish no 7º Festival Santa Cruz de Cinema foi marcada não só pela homenagem à sua carreira, mas também pela exibição de seu primeiro trabalho como diretora. Poucas horas antes de receber o troféu Tipuana, na tarde de ontem, o público pôde assistir ao média-metragem Delivery. Inspirado na peça teatral O Monta Cargas, de Harold Pinter, acompanhamos os matadores Tico e Valdo, que estão enclausurados em um quarto insalubre no Rio de Janeiro. 

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A transmissão de uma partida de futebol no Maracanã e um velho jornal são o principal entretenimento da dupla enquanto aguardam o próximo contrato. O clima entre os dois fica tenso no momento em que Valdo começa a questionar quem será a próxima vítima. Nenhum, entretanto, estava preparado para o desfecho do trabalho.

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A forma como Virgínia traduz a comicidade inglesa e insere características brasileiras é natural, o que gera uma identificação da trama com o público, que ovacionou a obra.

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Virgínia conversou com a plateia após a exibição de seu primeiro trabalho na direção

Fica notável, na tela, que Virgínia Cavendish aprendeu muito com os diversos diretores com quem trabalhou nas últimas três décadas. Destaca-se o trabalho prévio com os protagonistas, que tiveram tempo de ensaiar um mês antes das filmagens. Isso deu credibilidade aos dois personagens e à turbulenta, mas antiga, relação.

“São raros os diretores que sabem dirigir e sabem transmitir o que querem a eles. E eu achei muito maravilhoso poder dirigir os meus na produção”, afirmou.

No debate com a plateia, Virgínia salientou que a preparação foi essencial nesse processo. Satisfeita com a experiência, a mais nova diretora brasileira promete que não vai parar em Delivery e já pensa nas próximas produções.

Como foi a terceira noite

Mostra Olhares Daqui

Madame Bovet (SCS)
A última sessão de curtas iniciou-se com um documentário produzido por alunos dos cursos de Comunicação Social da Unisc. Dirigido por Bruna Weis e Guilherme Andriolo, a obra evidenciou uma intrigante história, envolvendo uma conspiração que atravessou o continente europeu e ocorreu em Monte Alverne. Com depoimento do jornalista da Gazeta do Sul Benno Bernardo Kist, eles contam a história uma família que fugiu da França após um casamento falho e precisou se esconder no pequeno vilarejo, distrito de Santa Cruz do Sul.

Mostra Nacional

Circuito (CE)
O segundo curta exibido foi uma obra cearense com uma carga de drama e suspense. A protagonista é a policial escrivã Niara, prestes a se aposentar. Conformada com a rotina e afastada da filha, decide lidar por conta própria com um assassinato negligenciado pelo chefe. Contudo, as ligações políticas do caso revelam a falência do sistema de segurança e a impunidade. Após uma reviravolta catártica e chocante, o filme de Leão Neto e Alan Souza encerrou-se com um final dúbio e provocativo.

Todo Romance Termina Assim (SP)
A animação leve, descontraída e alucinada de Marco Aurélio Gal veio na sequência para o alívio do público. As gargalhadas foram altas com as presepadas de Enfaixado, um azarado romântico que está se recuperando do último término. Assombrado por fantasmas de relacionamentos falidos, se vê vítima de censura policial ao lançar um romance sobre o término no maior evento literário do País, a BasicCon. A temática LGBTQI+ é apresentada de forma divertida e ganhou a plateia.

Zagêro (RS)
O quarto curta da noite foi um emocionante e introspectivo relato sobre pessoas com deficiência. O diretor Victor Di Marco, que assina com o colega Marcio Picoli, é protagonista da trama e reflete sobre a invisibilidade que envolve o PCD. Questiona como esse grupo, que representa 25% da população brasileira, não está nas ruas, nos espaços e não tem representatividade política. Em meio aos diálogos afiados, faz humor, dança e canta, para a alegria dos espectadores.

Infantaria (AL)
O último a ser exibido chamou a atenção por lidar com os reflexos de uma educação conservadora. Além da tocante temática, abordada a partir de um aniversário, o filme destaca-se pela fotografia e jogo de cores para demonstrar os sentimentos dos personagens em meio aos fatos.

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