Sempre levei para outras áreas da vida o ensinamento do aviso de segurança que nos passam nos aviões antes da decolagem: “auxilie crianças ou pessoas em dificuldade somente após colocar a sua máscara (de oxigênio)”. É fundamental ficar bem para ajudar, estar forte para fortalecer quem está por perto.
No caso do Rio Grande do Sul, ainda estamos com nossa máscara de oxigênio após a violenta descompressão das enchentes de maio deste ano. Na minha cidade, sigo ajudando como voluntário num grupo de quase 40 pessoas que, semanalmente, arrecada, separa e distribui para locais específicos donativos de toda espécie, destinados às famílias necessitadas.
Quanto às empresas, terminou na última sexta-feira (30 de agosto) o prazo para habilitação no programa Transação SOS-RS do Governo Federal. Entre outras facilidades para negociar dívidas previdenciárias, a União Federal ofereceu desconto de até 70% na dívida tributária de contribuinte pessoa física, microempresa, empresa de pequeno porte, Santas Casas de Misericórdia, sociedades cooperativas e demais organizações da sociedade civil ou instituições de ensino, mediante o cumprimento de alguns requisitos.
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Considero que foi uma oportunidade para os empresários usarem uma máscara de oxigênio com o cilindro bem cheio até que o avião estadual atinja a altitude em que se respira ar fresco. Nas prateleiras dos supermercados, ganham destaque os produtos gaúchos. Em termos de infraestrutura, percebo que houve mobilização significativa da iniciativa privada e dos governos para reerguer pontes e consertar estradas. O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tem o retorno de suas operações previsto para o mês que vem.
Para cada pequeno progresso na reconstrução do Rio Grande do Sul, mostramos a força da união do povo gaúcho e contamos com fundamental solidariedade dos brasileiros procedentes de outros estados da federação. Quando estivermos fortes de novo, é nossa obrigação retribuir ao resto do Brasil a ajuda que nos foi dada.
No final do texto Reconstrução, que foi publicado neste nobre espaço no dia 16 de maio, alertei que a região do pantanal estava enfrentando secas que poderiam chegar a níveis críticos até o final desse ano. A estiagem combinada com o forte calor acabou por provocar incêndios que têm tapado Cuiabá de fumaça.
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A Amazônia fechou o mês de agosto com 5 milhões de hectares queimados por incêndios florestais, a pior marca já registrada. Chegará nossa hora de ajudar outros povos do Brasil a se reconstruírem. Confio que já estejamos fortes até lá.
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