WhatsApp. Não há um só dia em que este tribunal 24 horas, de atuação instantânea, deixe de funcionar. Em segundos, sobre qualquer tema florescem opiniões e sentenças variadas. Irrecorríveis!
Afinal, fatos diários não faltam. Áudio e imagens também não. Com a massificada cobertura pública e privada de câmeras de vigilância e celulares, “tudo” resta gravado e documentado.
Logo, à semelhança de um inquérito policial, gravados e “comprovados” os fatos e os personagens, e havendo abundância de “testemunhas e especialistas”, em autoarrolamento, por curtição e compartilhamento, sucedem-se o processo inquisitório e o julgamento.
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Mais: sem prejuízo de repercussão e julgamentos paralelos e complementares nos demais e similares “tribunais”, a exemplo de X (Twitter), Facebook e Instagram, tão rápidos e “eficazes” quanto.
“Ontem” foi o caso do mercado Carrefour, “amanhã” será o caso das vacinas. Continuam na pauta “os medicamentos sem comprovação científica, o “abre e fecha” etc. Faz algum tempo, havia sido a queimada da Amazônia e do Pantanal, o óleo nas praias nordestinas etc… Haja paciência!
Concomitantemente, no melhor estilo “WhatsApp”, nosso maior e federal tribunal continua promovendo sua própria desconstrução, diária e paulatinamente. Dada a sucessão e a interpretação de fatos recentes e menos recentes, ouso dizer que há método no processo!
Os dois tribunais, o WhatsApp e o Supremo Tribunal Federal, têm em comum o exercício da banalização. Mas, se ao tribunal de amadores é perdoável a fulanização, a precipitação e a vulgarização, ao outro, entretanto, por ser profissional e poder de estado, é absolutamente inaceitável tal conduta.
Infelizmente, o STF está (auto) desmoralizado faz muito tempo. Ora pela tagarelice de alguns ministros que não resistem à luz dos holofotes televisivos, ora por sucessivas argumentações e deliberações legais e políticas indevidas e impróprias.
Mas, principalmente, deslegitimado e desacreditado por frequentes arguições e decisões invasivas e usurpadoras, em afronta a autonomia e independência dos demais poderes de estado.
(Publicado em dezembro de 2020)
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Xandão versus Elon Musk
Em diálogo privado, um amigo resumiu com precisão e bom humor. Disse: “Sou contra a censura ao Twiter. Afinal, onde mais eu poderia falar mal e destruir a reputação dos meus inimigos? Não posso fazer isto pessoalmente, afinal sou uma pessoa com reputação ilibada”.
Ou seja, o ministro Moraes acertou errando. Acertou o alvo, mas errou no método!
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