Minha ilusão. Por haver considerado expressivamente o fenômeno mundial chamado internet, que dá acesso a todos e a tudo em termos de informações dos povos, de suas origens, seus feitos e sua cultura, em tese contribuindo para uma pacífica integração mundial, durante os anos recentes alimentei uma ilusão acerca de guerras e conflitos bélicos.
Explico. Minha ilusão é de que os jovens recrutados pelas autoridades militares iriam se recusar à incorporação e aos procedimentos bélicos, fosse quem fosse o “inimigo”. Porém, os recentes episódios Rússia x Ucrânia, Hamas x Israel, principalmente, derrubaram radicalmente minha expectativa otimista.
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Sim, sei que provavelmente esses jovens iriam à corte marcial do seu país, e sabe-se lá a que pena seriam submetidos e castigados pela ousadia e omissão. Ou seja, a realidade revela que os senhores das guerras (e dos negócios armamentícios) ainda “comandam” nossos destinos. É como se nada houvéssemos aprendido nas décadas recentes e amargas.
Reafirmo, alimentei uma ilusão, uma esperança, embora nunca tenha negado que nos percebo como guerreiros medievais e territorialistas, cuja estupidez e selvageria se sobrepõem à razão e ao humanismo.
Pode parecer um exagero minha retórica metáfora, mas como se não assim para explicar e confirmar os vários, sucessivos e históricos atos de violência entre humanos!
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Duas vezes premiada com o prêmio Pulitzer, é famosa a obra da historiadora norte-americana Bárbara Wertheim Tuchman (1912-1989), premiada, consagrada e reconhecida mundialmente.
Em especial seu livro editado em 1984, “The March of Folly – from Troy to Vietnam” (A Marcha da Insensatez – de Tróia ao Vietnã – edição brasileira José Olympio – 1989).
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A autora nos conduz por diversos eventos bélicos, com destaque especial para a Guerra de Tróia, o desgoverno dos Papas à época da Reforma, a conturbada relação da Inglaterra com as colônias americanas e a Guerra do Vietnã.
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Nominado pela autora como “o paradoxo da condição humana”, o núcleo da narrativa gira em torno da seguinte tese: a sistemática procura – pelos governos – de políticas contrárias aos seus próprios interesses e a não consideração da existência de uma alternativa viável.
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Diz a apresentação: “São páginas que servem de alerta e inspiração para todos nós, numa época em que a marcha da insensatez parece acelerada no universo em que vivemos”.
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