Foi finalizado na Justiça o processo referente a uma tragédia familiar registrada há pouco mais de um ano, em Vale do Sol. Em sessão do tribunal do júri, realizada no Fórum de Vera Cruz nesta segunda-feira, 26, Arnoldo Schwantes, de 56 anos, foi condenado a 30 anos, dois meses e 20 dias de reclusão e dois meses de detenção, em regime inicial fechado, por ter sido o autor do assassinato de seu cunhado Nilson Blank, de 51 anos, e da tentativa de homicídio de sua esposa, Norma Schwantes, de 59 anos.
O julgamento foi presidido pelo juiz Guilherme Roberto Jasper. Autora da denúncia, a promotora Maria Fernanda Cassol Moreira representou o Ministério Público (MP), que teve como assistente de acusação o advogado Marlon Müller. Na defesa do réu, atuaram os advogados Roberto Tailor Bandeira e Mateus Porto. O caso analisado por um corpo de jurados formado por sete mulheres aconteceu no dia 2 de abril de 2023, às 19h45, em uma propriedade de Linha Trombudo, interior de Vale do Sol.
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Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia do MP, o réu teria ingerido grande quantidade de bebida alcoólica naquele dia, o que teria agravado o atrito que teria com sua esposa Norma. Em razão disso, a mulher teria saído de casa e ido até a residência do irmão Nilson e da mãe Sybilla, de 87 anos, que fica nas proximidades. Mas logo depois Arnoldo foi até a casa e encontrou os três familiares tomando chimarrão.
Foi quando Nilson teria oferecido um chimarrão para o cunhado, porém, num ataque de fúria, Arnoldo sacou uma faca das costas e desferiu um golpe que atingiu o coração do homem de 51 anos, que faleceu na hora. Norma tentou intervir, mas também recebeu golpes nas mãos e tórax, ficando gravemente ferida. A mulher gritou por socorro e um sobrinho veio auxiliá-la. Na sequência, Arnoldo fugiu de carro.
Mais tarde, o autor dos crimes foi encontrado por uma guarnição da Brigada Militar na casa de um conhecido, em Linha Formosa, interior de Vale do Sol. No local, o denunciado investiu contra os policiais com a faca, e foi atingido por um disparo de arma de choque. Mesmo assim, seguiu avançando contra os PMs, que precisaram disparar com uma arma de fogo. O tiro passou próximo do acusado, que então se rendeu, foi algemado e preso em flagrante.
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As sete juradas condenaram o réu com o máximo rigor, por todos os crimes imputados, de homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima; feminicídio tentado contra a esposa e resistência na abordagem policial.
Ao final da sessão, o advogado Roberto Tailor Bandeira confirmou que irá recorrer da pena, considerada pela defesa muito alta, e pedir ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) a anulação do júri, pois segundo ele não foi juntada nos autos uma perícia na faca usada no crime e em uma camiseta utilizada por seu cliente, que na visão do advogado seria uma prova importante para o processo.
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