Presidente afastado da Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), apontado pela Polícia Civil como um dos seis investigados por integrarem um suposto grupo que estaria cometendo no lar de idosos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, apropriação indébita de bens de pessoa idosa e falsidade ideológica, Wilson Pessoa da Silveira, 69 anos, manifestou-se pela primeira vez sobre o caso na tarde dessa quarta-feira, 21.
Em contato com a reportagem da Gazeta do Sul, o seu representante, advogado Maurício Antonio dos Santos, relatou que o cliente nega participação em qualquer irregularidade. “É do interesse do seu Wilson esclarecer os fatos o mais rápido possível. Ele é uma pessoa com alta contribuição para a sociedade santa-cruzense, que trabalha há muitos anos na Asan, prestando um serviço de relevância, e foi surpreendido com essa ação, pois se viu como dano colateral dessa investigação”, afirmou o defensor.
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Segundo Maurício, Wilson aguarda a possibilidade de prestar depoimento na Polícia Civil. Na segunda-feira, em mandado de busca e apreensão na casa dele, os agentes apreenderam documentos, celular e um notebook. “Estamos curiosos para ter acesso ao inquérito e ver o que tem na investigação contra ele, uma vez que não tinha poderes de gestão direta nas atividades da Asan”, complementou o representante do investigado.
O advogado explicou que Wilson era o presidente da Asan, e que a entidade contratou uma empresa para gerir o serviço prestado aos idosos. Essa empresa, segundo as investigações, era administrada por Marco Antonio Almeida de Moraes, de 49 anos, apontado como principal investigado no caso. Sobre essa indicação para gerir o local, o advogado relatou que ainda não se tem esclarecimento total sobre como se deu essa nomeação para o posto de administrador.
“Temos que separar o joio do trigo”
Ainda de acordo com Maurício, seu cliente tinha poderes de representação da Asan, mas não de gestão das atividades. “Sendo presidente, acaba o nome dele estando envolvido na contratação da empresa. Agora, quanto aos limites dessa atuação, isso teremos que esclarecer nos autos do inquérito. Temos que separar o joio do trigo, o que tem de bom na Asan, que é uma atuação de tantos anos do seu Wilson, do que ocorreu e se ocorreu algum desvio”, frisou o advogado.
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Além de Wilson Pessoa da Silveira, a Gazeta publicou nessa quarta uma entrevista com o advogado Luiz Carlos Rech, que representa Marco Antonio Almeida de Moraes e a companheira e também farmacêutica da Asan, Cassineli Garske. Por meio do criminalista, eles negaram participação nos delitos investigados. A estoquista Marcia Cunha prestou depoimento à polícia na segunda-feira, alegando que suas ações eram baseadas no que Marco Antonio Almeida de Moraes lhe solicitava.
Já o filho do principal investigado, Marco Antonio Reis de Moraes; e o ex-funcionário do setor de Serviço Gerais Dionathan Silveira da Silva ainda não prestaram depoimento. A Gazeta do Sul não conseguiu localizar a defesa desses investigados. O espaço permanece aberto para manifestação.
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