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Longevidade: aos 99 anos, a rainha do caça-palavras

Foto: Jaime Fredrich/Divulgação

Após uma valsa, na segunda dança Helena foi pedida em namoro. O moço, José Eugênio Zimmer, recém-chegado a Santa Cruz, vindo de Novo Hamburgo, estava na cidade para passar filmes na matinê do Clube Aliança, aos domingos, e foi em um dos bailes do conjunto dos Kothe que ele a convidou para uma dança. “Ele me convidou pra dançar uma música, e depois pediu mais uma peça. Ele era um dançarino de primeira, e assim começou o nosso namoro”, brinca ela.

Aracy Helena de Barros, conhecida por Helena, filha do marceneiro José Leopoldo e de Ágatha, desde os 13 anos até se casar trabalhava em uma fábrica de balas, dos Berger e Bauermann. Sua função era embalar uma a uma as balas Baiana, de côco, que, relembra, eram as mais saborosas da época.

Aos 17 anos, com o casamento marcado com José Eugênio para dali a 30 dias, a união de ambos foi adiada para dois anos depois.

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José Eugênio foi convocado pelo governo em razão da Segunda Guerra, e a bênção matrimonial só aconteceu em 20 de dezembro de 1944, em São Leopoldo.

De volta a Santa Cruz, ele passou a trabalhar em uma loja de tipografia e também atuava como tipógrafo no jornal Kolonie.

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Acometido por uma doença que persistiu por meses, José Eugênio parou de trabalhar, o que obrigou Helena a buscar o sustento da família. O casal tinha um único filho, Jair, então com 10 anos de idade. “Emprego para mulher era difícil naquela época, e meu pai não me deixou continuar os estudos porque ele dizia que mulher não precisava estudar. Mulher casa e vai cuidar das panelas”, recorda ela.

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Helena, então, escreveu uma carta contando sua história de dificuldades para o então deputado santa-cruzense Siegfried Heuser, que estava em Porto Alegre e lhe respondeu.

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Com a mediação do parlamentar, ela se inscreveu para atuar como telefonista em um órgão de assistência médica implantado em Santa Cruz, onde trabalhou por 20 anos, até se aposentar em 1983.

Hoje, por opção, reside em uma casa de longa permanência para idosos, e sua ocupação predileta é fazer caça-palavras. Tanto que, ao lado de sua cama, nunca faltam exemplares dessa atividade.
Outra de suas ocupações é ler o jornal diariamente, além de ela mesma fazer suas compras no supermercado, sempre na companhia do filho.

Nesta semana, já deu início à preparação do presente de hábito que entrega aos netos em todos os Natais: uma série de panos de prato contornados com crochê de diferentes cores. Esta é Aracy Helena de Barros Zimmer, que nasceu no atual Bairro Arroio Grande, de Santa Cruz, em 1º de julho de 1925, e que mantém um sorriso doce a cada final de frase.

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