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“Urbanismo é falar sobre a vida das pessoas”, destaca ambientalista

Wenzel: “Se há elemento de integração, sem desfazer de outros, é a água” | Foto: Karina de Araújo

Painelista responsável por abrir o debate da segunda edição de 2024 do projeto Gerir – Workshops de Gestão Organizacional, realizada nessa terça-feira, 30, o geólogo, ambientalista e ex-prefeito de Santa Cruz do Sul, José Alberto Wenzel, destacou que falar sobre urbanismo é falar da vida das pessoas, do trabalho, do lazer e tudo o que envolve a rotina da população.

O painel foi realizado no estúdio da Gazeta, na Rua Ramiro Barcelos, centro de Santa Cruz do Sul. A partir da pauta “O futuro da urbanização de Santa Cruz do Sul”, quatro debatedores de diferentes áreas de atuação analisaram os problemas atuais e propuseram as possíveis soluções para garantir o desenvolvimento sustentável do município.

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Ele lembrou que o município está prestes a comemorar 175 anos desde a chegada dos primeiros imigrantes alemães, em 19 de dezembro de 1849, e o primeiro loteamento completará 170 anos no mesmo período. Muitos daqueles colonizadores não se sentiam adaptados à vida rural e logo fundaram um vilarejo, que tinha apenas 157 habitantes. Hoje, são 133 mil.

Wenzel explicou que a disponibilidade de água foi o motivo para o primeiro assentamento urbano ter sido criado onde hoje é o Centro, e não em Linha Santa Cruz, onde a colonização teve início. Por volta da década de 1940, complementou Wenzel, o crescimento levou a cidade a avançar sobre a várzea e, na década de 1990, sobre o Cinturão Verde. “Depois voltou-se para a região do planalto, em Linha Santa Cruz, hoje um dos vetores do nosso crescimento.” Com isso, ele convidou a todos para que observem os fluxos urbanísticos históricos.

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Chamou a atenção ainda para a importância dos planos diretores, cujo primeiro foi publicado em 1976 pelo então prefeito Elemar Gruendling. “Foi ele quem fez o primeiro levantamento aerofotogramétrico de Santa Cruz. Vejam a visão, ele não apenas escreveu, mas assentou o plano diretor em cima de bases físicas, biológicas e socioeconômicas.”

Diante disso, Wenzel afirmou que momentos de debate, como o Projeto Gerir, e pessoas de relevância na sociedade, como os painelistas, foram influenciados, mas também podem exercer influência sobre o futuro.

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“Quando se faz um plano diretor, não estamos influenciando diretamente a urbanização e apontando nortes?”, questionou. Disse ainda que é fundamental reconhecer as pessoas e ações que fizeram Santa Cruz avançar e ser o que é hoje, mas também é inevitável pensar nos próximos anos e, nisso, levar em conta todos os afetados e os impactos possíveis. “Não tem como, senão estaremos privilegiando ora aqui, ora ali e olhando mais um lado do que o outro.”

Na compreensão do ex-prefeito, o futuro é socioambiental, visto que o ser humano faz parte da natureza. O ponto principal a ser considerado, enfatiza, é a bacia hidrográfica do Rio Pardinho. “Se existe elemento de integração, sem desfazer de qualquer outro, é a água. Tanto na sua falta quanto no excesso.” Por isso, ressaltou Wenzel, planejar uma cidade que consiga viver em harmonia com as águas é indispensável para garantir a prosperidade desejada.

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