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PÓS-INUNDAÇÕES

Unisc apresenta projeto para a revitalização do Rio Pardinho

Foto: Bruna Lovato

Reitoria da universidade se reuniu com o ministro Paulo Pimenta durante sua visita a Santa Cruz do Sul, na última segunda-feira

O projeto criado na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para a revitalização do Rio Pardinho foi apresentado na última segunda-feira, 29, ao ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. A proposta contém iniciativas voltadas a minimizar os efeitos de futuras catástrofes climáticas na região e promover a restauração do ecossistema.

Em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, na Rádio Gazeta FM 107,9, a coordenadora do curso de Agronomia, Priscila Pacheco Mariani, detalhou as ações planejadas. Enfatizou a necessidade de olhar também para os agricultores dessa região, afetados direta e indiretamente pelas inundações.

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Nesse sentido, o planejamento será desenvolvido em três frentes. No aspecto econômico, prevê a recuperação dos solos nas pequenas propriedades rurais, permitindo a reparação da capacidade produtiva, o que também possibilitará reduzir custos e aumentar a produtividade.

Do ponto de vista social, há o monitoramento da qualidade da água. “Depois das inundações, não sabemos como está a qualidade da água, se houve uma contaminação”, ressaltou a professora. Essa verificação irá ocorrer durante 48 meses. Também está contemplado o repovoamento de peixes nativos, para oferecer acesso a recursos hídricos limpos.

Há ainda a elaboração de um sistema de alerta precoce. Conforme a coordenadora, a proposta é encaminhar os dados sobre o nível do rio à Defesa Civil para a elaboração de ações antecipadas para minimizar estragos causados por enchentes e outros desastres climáticos.

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Em relação ao aspecto ambiental, estão previstos a estabilização de taludes e o reflorestamento das margens dos rios, no intuito de prevenir a erosão, melhorar a qualidade do solo e proteger a flora e fauna. Também inclui o desassoreamento, a partir de um estudo técnico, e outras ações de revitalização que foram desenvolvidas para restaurar a capacidade de fluxo do rio e reduzir o risco de futuras inundações.

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Para a aplicação dos trabalhos, a proposta avalia um investimento de R$ 9.210.500,00. Agora é necessário articular a captação de recursos, que podem ser obtidos a partir da iniciativa privada.

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Atuação urgente

Durante a entrevista a Ronaldo Falkenback, a professora, especialista do Centro Socioambiental da Unisc, reiterou a necessidade de uma atuação urgente. Na sua avaliação, é possível perceber as cicatrizes na bacia provocadas pela catástrofe climática. As consequências, segundo Priscila Mariani, poderão ser observadas em breve.

Priscila enfatizou a necessidade de ações urgentes para amenizar impactos. Foto: Ronaldo Falkenback

“As previsões são de um volume de chuva maior e um período de seca maior. Vai chover mais, mas em um curto período; o solo não vai dar conta de filtrar e, lá na frente, na estiagem, não vai ter água. Vamos enfrentar os dois extremos, e por isso é importante se preparar”, ressaltou.

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Ações

O projeto de revitalização do Rio Pardinho contempla oito ações para minimizar os efeitos das catástrofes climáticas. No documento entregue ao ministro Pimenta estão presentes:

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Estudo hídrico e de topobatimetria
Análise detalhada ao longo do Rio Pardinho para verificar o assoreamento no leito. Com os resultados, será possível implementar obras de desassoreamento, estabilização e reflorestamento das margens.

Modelagem hidrológica
A modelagem possibilita simular o comportamento do fluxo de água e o transporte de sedimentos. Além de auxiliar na tomada de decisões, será possível prever os impactos das intervenções propostas e otimizar as estratégias de recuperação.

Desassoreamento
Estudos técnicos e mapeamento de pontos estratégicos para executar o desassoreamento, determinando os volumes necessários para a remoção dos sedimentos do rio e fornecendo suporte para a execução dessas obras.

Estabilização de taludes e reflorestamento
Projetar técnicas para estabilizar os taludes e fazer o reflorestamento das margens do rio, a fim de prevenir a erosão e promover a recuperação da vegetação ciliar. Para isso, será necessário o diagnóstico que definirá a área total a ser remediada e elaboração de orçamento e projetos personalizados para cada trecho. A proposta inclui o projeto e a execução de uma área inicial de 3 mil metros.

Reconstrução dos solos nas pequenas propriedades rurais
Analisar a fertilidade dos sedimentos removidos para reutilização em técnicas de conservação de solo das lavouras, possibilitando a recuperação da capacidade produtiva das áreas agrícolas. Além disso, está previsto apoio técnico à agricultura familiar.

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Monitoramento da qualidade da água
Verificação do Índice de Qualidade da Água (IQA), conforme as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Sistema de alerta
Implementar sistemas de alerta precoce para notificar a Defesa Civil e alertar a população sobre possíveis riscos de inundações.

Repovoamento da ictiofauna nativa
Desenvolver um estudo para repor os alevinos da fauna de peixes nativos, baseando-se em estudos prévios desenvolvidos por pesquisadores da universidade.

Equipamentos
Adquirir equipamentos para realizar os estudos e intervenções, juntamente com os programas para análise de dados e modelagem hidrológica.

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