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POLÍTICA

Bolsonaro leva milhares de pessoas às ruas de Santa Cruz

Foto: Alencar da Rosa

Acompanhado de deputados e outros políticos, Bolsonaro passou em carro aberto pela Marechal Floriano puxando uma motociata

Eram 9 horas da manhã dessa quinta-feira, 25, e o público começava a se aglomerar próximo ao carro de som onde, à noite, estaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A antecipação também fez com que motociclistas chegassem, por volta das 15 horas, à Praça Getúlio Vargas, de onde o líder político puxou uma motociata que partiu da frente da Catedral São João Batista às 17h55, quando a comitiva chegou.

A rua que costuma servir de palco para desfiles de Carnaval, da Oktoberfest e do Enart transformou-se num aglomerado de pessoas que queriam se aproximar de Bolsonaro, fazer uma imagem ou apenas ter a oportunidade de gritar, mais de perto, a alcunha que ganhou quando ascendeu à presidência da República: “mito”.

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Na companhia da família Moraes, que fez o convite e teve o deputado federal Marcelo Moraes (PL) como organizador do evento, o ex-presidente trouxe seu filho Jair Renan e deputados como Luciano Zucco (Republicanos). Para o parlamentar, Moraes antecipou apoio em um futuro desafio político.

E foi nesse clima, de um indicativo de que Bolsonaro pretende reverter as decisões de inelegibilidade e ser candidato à presidência em 2026, que se desenrolaram os discursos aplaudidos pelos 5 mil espectadores em frente ao Parque da Oktoberfest, de acordo com a estimativa de público do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM).

O ex-presidente destacou que é o momento de união, mas não deixou de alfinetar seus adversários, em especial o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva. “Alguns falam que eu deveria ter passado a faixa [referindo-se à faixa presidencial, na posse de Lula]. Eu simplesmente respondo: jamais passaria a faixa para um ladrão”, afirmou.

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Também não deixou de comentar fatos como as eleições dos Estados Unidos – na qual buscou semelhança entre o ataque ao candidato Donald Trump e a facada que sofreu quando disputou a eleição – e da Venezuela. “O único gordo daquele Estado [Venezuela] é o chefe, o resto todo é magro por fome”, ironizou.

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Um evento com envolvimento do público

O motociclista Daniel Fernando Eick chegou às 15h50 ao espaço reservado para aguardar o ex-presidente, em frente à Catedral São João Batista. Essa não foi a primeira participação do santa-cruzense nas tradicionais motociatas de Bolsonaro. Ele já havia acompanhado, com amigos, eventos semelhantes em Florianópolis e Porto Alegre.

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“Vejo no Bolsonaro a esperança de um Brasil melhor. É um ícone da política brasileira, que estava há anos carente de líder”, explica. Ele enfeitou a sua Tenere com bandeiras do Brasil e fez questão de estar vestido com as cores referenciais: verde-amarelo. Era o tom observado nos arredores da Praça Getúlio Vargas e no trajeto pela Rua Marechal Floriano.

E continuou assim na frente do pórtico do Parque da Oktoberfest. Aqueles que não tinham se preparado tiveram a oportunidade de comprar dos ambulantes, como Miely Viliani Gomes, que veio de Porto Alegre para garantir boas vendas. Adiantou que o produto mais pedido é a camiseta, mas indiferente do que levam, os bolsonaristas são clientes que não costumam questionar o valor. “Pagam o que a gente pede pelo produto”, afirma.

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Foi para esse público fiel que o ex-presidente falou. Contou sobre sua ida para o PL, mesmo reconhecendo o que chamou de problemas do presidente do partido, Valdemar Costa Neto. “Falamos que a grande maioria do povo é conservador, de direita, respeita a família, não quer ideologia de gênero nem liberação da maconha, respeita a propriedade privada, quer a legítima defesa, e ele [Valdemar] falou: estamos juntos”, recordou.

Continuou defendendo bandeiras que lhes são tradicionais, como a posse e o porte de arma. “Demos avanço na posse e porte de arma de fogo por cidadãos de bem, com redução na morte por arma de fogo. Mais armas nas mãos de cidadãos de bem é garantia de menos mortes de cidadãos de bem”, garantiu.

Por dentro das falas

Antes do ex-presidente Jair Bolsonaro, falaram os deputados Kelly Moraes (estadual) e Luciano Zucco e Marcelo Moraes (federais) e o ex-prefeito e pré-candidato do PL à Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes.

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Kelly reforçou a presença feminina e o apreço que as mulheres do Vale do Rio Pardo têm pelo político. Disse que esteve no local do evento pela manhã e as primeiras pessoas a chegarem foram do sexo feminino. “Nosso povo é do lado direito”, afirmou. A deputada ainda brincou com Sérgio, seu ex-esposo, dizendo que ele é pai de seus filhos e avô de seus netos, mas que o ex mais querido do Brasil é Bolsonaro.

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Zucco fez uma brincadeira com o público, que respondia o nome Bolsonaro para seus questionamentos. Ainda reforçou o fato de que mais de 5 mil municípios teriam convidado o líder político para eventos semelhantes e ele fez uma peregrinação para conseguir prestigiar os gaúchos, em razão das consequências dos eventos climáticos.

Marcelo Moraes destacou o potencial de liderança de Bolsonaro, dizendo que ele mudou a cultura política do povo brasileiro, ampliando os debates sobre assuntos da vida pública nacional. Antecipou o lançamento de uma pré-candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto em 2026 – o que dependeria de ele reverter as decisões judiciais pela sua ineligibilidade.

Sérgio Moraes falou como seu ex-companheiro de Congresso e como um dos que lhe fizeram o convite para vir a Santa Cruz. “Aqui, comemos picanha e costela assada porque aqui não tem gente correndo atrás do Bolsa Família”, alfinetou, fazendo referência à promessa do presidente Lula, durante a campanha de 2022. E acrescentou o título de maior liderança política da história brasileira ao ex-presidente.

Bolsonaro questionou a imprensa e a forma como teria sido tratado durante sua gestão. “Será que não tem dignidade [a Rede Globo] de me convidar para ficar duas horas ao vivo para falarmos sobre vacina, joias, verbas publicitárias e sobre o Brasil?”, questionou. Em outro momento, referindo-se à questão ambiental e à importância do País por suas riquezas naturais, disse que a “ministra das selvas” não mostrou a que veio. “A tartaruga ninja está a serviço da comunidade internacional e contra o nosso desenvolvimento”, ironizou. Garantiu que se tivesse a caneta na mão teria vindo o “justo socorro” ao povo gaúcho, em função dos eventos climáticos registrados em abril e maio.

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