A Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) sediou nessa terça-feira, 16, o 6º Seminário Regional da Juventude Rural, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí. O evento, alusivo ao Dia da Juventude Rural, comemorado na segunda-feira, 15, reuniu os jovens para um circuito de palestras e oficinas conduzidas por especialistas em diferentes áreas. O tema escolhido foi Mudanças climáticas na agricultura familiar: a juventude rural na análise dos impactos e transformações.

Coordenador técnico e científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez foi um dos painelistas e se surpreendeu não somente com a estrutura da Efasc, mas também com o interesse dos adolescentes em aprender e passar adiante os conhecimentos adquiridos. “São eles que terão que fazer as mudanças para que não tenhamos mudanças climáticas”, observou. Além disso, acrescentou, são jovens do campo e precisarão saber lidar com o que vem pela frente se quiserem permanecer no meio rural.

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“Eu não poderia estar mais feliz. Encontrei uma turma motivada, inteligente e estou muito orgulhoso do trabalho realizado aqui”, afirmou. Milanez disse que adoraria ter estudado em uma instituição como a Efasc e se sente grato por poder ajudar de alguma maneira. Na palestra, ele abordou a situação climática do planeta e quais são as possíveis alterações para as próximas décadas. “Falei sobre as questões como elas estão postas, sem fazer reducionismo, e como eles, enquanto jovens e enquanto brasileiros, podem auxiliar.”

Com uma longa trajetória na educação e proteção ambiental, Francisco Milanez acredita que a geração atual é aberta ao aprendizado, sensível às mudanças, motivada e colaborativa, valores considerados essenciais pelo especialista para melhorar a sociedade e o mundo. Mas o uso excessivo das telas e o hábito de leituras curtas em detrimento de textos mais profundos são problemas que exigem atenção. “Eu acho que bem trabalhada, essa geração pode salvar o planeta”, afirmou o especialista.

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Mudanças urgentes precisam começar pelos mais jovens

Tratando-se de mudanças urgentes, a coordenadora regional de jovens do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, Luana Hoesel, entende que elas precisam começar pelos jovens. Despertar curiosidade e interesse por esse tipo de iniciativa é um dos objetivos do seminário. Segundo ela, as atividades realizadas durante a manhã superaram as expectativas e, à tarde, os estudantes puderam alinhar a teoria com a prática durante as oficinas.

Os temas debatidos foram sucessão rural, manejo de solo, políticas públicas, saúde no meio rural, meio ambiente e agroecologia. “Acho que a coordenação não poderia ter escolhido um lugar melhor para trazer esses palestrantes”, afirmou Luana. Por se tratar de um espaço escolar e formativo, ela acredita que o encontro vai oportunizar aos adolescentes a transmissão de conhecimento para o ambiente onde estão inseridos. “Com certeza eles vão transformar isso em boas ideias, ainda mais agora que os nossos solos foram muito prejudicados pelas enxurradas.”

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Já o coordenador da Efasc, Adair Pozzebon, destacou a existência de duas instituições na região, considerando ainda a Escola Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol). Para ele, isso mostra que muitos jovens ainda estão morando no campo e evidencia a força da agricultura familiar. “É importante comemorarmos essa data e, ao mesmo tempo, trazermos a juventude para o debate, para ouvir quais são as necessidades e as demandas deles.” Ele avalia que encontros como esses são fundamentais, pois fortalecem os alunos e também o modelo educacional.

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