O Vale do Rio Pardo teve 28.145 pessoas dentro das áreas afetadas delimitadas pelas prefeituras, por órgãos estaduais e pelo governo federal como atingidas pelas cheias no mês de maio. O número representa 6,17% do total da população da região. Nos 28 municípios, houve 15.294 domicílios particulares afetados. As informações constam na nova área do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed Lab) lançada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Além dos domicílios particulares, na região ainda houve 15 espaços coletivos, 257 edificações em construção, 1.214 estabelecimentos agropecuários, 43 de ensino, 48 de saúde, 55 religiosos e 1.716 com outras finalidades atingidos pela cheia. A nova ferramenta do IBGE apresenta informações úteis sobre os municípios afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, apresentando dados como totais de população, domicílios e estabelecimentos dentro das áreas delimitadas pelas prefeituras, por órgãos estaduais e pelo governo federal.
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Em proporções, General Câmara, localizado na confluências dos rios Jacuí e Taquari, teve maior número de moradores e domicílios particulares afetados pelas enchentes, com 1.244 pessoas (16,3% do total) e 952 domicílios particulares (21,2% do total). Ainda houve 158 estabelecimentos agropecuários e 63 com outras finalidades.
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O município de Venâncio Aires aparece em segundo na comparação proporcional das pessoas afetadas, com 10.580, representando 15,4% da população total. O número de domicílios particulares atingidos somou 5.244, com mais 212 estabelecimentos agropecuários.
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O terceiro município com a maior proporção de pessoas afetadas foi Rio Pardo, com 4.631, representando 13,4% da população. Sinimbu ficou em quarto, com 974 habitantes, o que corresponde a 11,4% do total. Os usuários da nova área do Singed Lab também podem acessar uma lista com os endereços e coordenadas geográficas dentro do polígono das áreas afetadas. A base nos dados é o Censo de 2022.
Operações na malha ferroviária permanecem desativadas
A estrutura da malha ferroviária no Estado também sofreu sérios danos com as enchentes e enxurradas de maio e o transporte está sem operação desde aquele período. Na região, a ponte férrea sobre o Rio Pardo, em Rio Pardo, foi parcialmente destruída e em diversos outros pontos houve a destruição dos trilhos e desmoronamentos sobre a linha de passagem dos trens. Dirigentes da Rumo Logística – concessionária que administra a Malha Sul – em reunião virtual com o vice-governador Gabriel Souza, na segunda-feira, se comprometeram a apresentar, em cerca de 20 dias, um diagnóstico dos danos causados no modal ferroviário do Rio Grande do Sul.
Além das condições gerais e preexistentes, o documento deve apresentar o detalhamento das estruturas afetadas e comprometidas pelas chuvas, segundo o vice-presidente da empresa, Guilherme Penin. Também participaram do encontro os secretários de Logística e Transportes, Juvir Costella, e da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi.
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“Qualquer modal logístico que tenha sido impactado pelas enchentes precisa apresentar um diagnóstico de danos das suas estruturas. O que estamos sentindo falta em relação à malha férrea, sob administração da Rumo, é justamente isso”, alertou Gabriel. “Só a partir desse levantamento poderemos propor soluções e projetar ações condizentes para o modal, que já tinha necessidade de investimentos para modernização e retomada em diferentes trechos.”
No início deste mês, o presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região do Vales (Amturvales), Charles Rossner, demonstrou a sua insatisfação com a forma com que a Rumo Logística se posicionou sobre a manutenção e reparação dos trilhos e túneis. A malha ferroviária no Vale do Taquari é um importante potencial turístico por causa do Passeio do Trem dos Vales.
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“A gente precisa que a Rumo deixe de fazer a sacanagem que está fazendo com o Rio Grande do Sul. Ela abandonou as ferrovias do Estado”, disse. Segundo Rossner, passados dois meses da maior catástrofe climática do Estado, a Rumo ainda não se pronunciou sobre a manutenção e reparação dos trilhos e túneis, e nem sobre prazos para o restabelecimento dos itinerários dos trens.
O Trem dos Vales é o produto que mais leva turistas e visitantes para a região do Vale do Taquari. “O trem, além de atrair turistas, também movimenta a economia regional. É comum ser consumido por famílias inteiras que acabam procurando por outros produtos no entorno”, afirmou Rossner. O presidente ressaltou ainda que cada região tem suas demandas específicas sobre o turismo, mas o cenário no Vale do Taquari é muito pior que nas outras regiões afetadas pela enchente. “O Estado está sentindo agora o que vivemos desde setembro. Nós já estamos vivendo a quarta cheia, dentro de oito meses”, disse.
A empresa Rumo Logística detém a concessão de 3,15 mil quilômetros de ferrovias, dos quais cerca de 1,6 mil quilômetros estão desativados desde antes das enchentes em maio. Para acompanhar as demandas do setor, foi criado o Departamento de Ferrovias, ligado à Secretaria de Logística e Transportes (Selt). Além disso, o Gabinete do Vice-Governador (GVG) vem tratando da pauta com reuniões com as áreas responsáveis do governo federal, como o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário.
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