A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) reuniu prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) para um café da manhã. O encontro teve como objetivo colocar à disposição dos gestores a capacidade técnica e os estudos conduzidos pela instituição para colaborar na elaboração de projetos e na busca por recursos para reconstruir as áreas destruídas pelos eventos climático, bem como reduzir os impactos deles no futuro.

O reitor da Unisc, Rafael Frederico Henn, também é o presidente do Conselho das Universidade Comunitárias do Rio Grande do Sul (Comung), que reúne 14 instituições de várias regiões gaúchas. Ele afirma que todas elas estão buscando trabalhar em parceria com as prefeituras para obter resultados melhores e mais rápidos. “Se nós não tivermos uma construção coletiva regional, a nossa percepção é que a ajuda vai demorar muito para vir.” Especificamente sobre o Vale do Rio Pardo, Henn destacou que a região não foi contemplada na prévia do programa apresentado pelo Estado para a reconstrução.

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“Possivelmente entrarão [os municípios], mas nós precisamos estar atentos e, de uma forma organizada, fazer pressão nos governos estadual e federal.” A fala do reitor corrobora com as recentes queixas dos prefeitos e demais líderes em relação à burocracia e à demora para avançar com os projetos e liberar as verbas demandadas pelos municípios para ações de recuperação dos estragos.

Já a vice-reitora Andréia Rosane de Moura Valim lembrou que as prefeituras, sobretudo nos municípios pequenos, costumam ter dificuldades para elaborar e conduzir os projetos exigidos. Esse é um dos motivos da proposta de colaboração, bem como garantir que o planejamento seja duradouro e adequado às necessidades. “Sabemos que a Região Metropolitana e o Vale do Taquari foram mais atingidos, mas nós, enquanto Vale do Rio Pardo, precisamos saber como vamos nos posicionar, porque também fomos afetados.”

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Após o fim das apresentações, os representantes dos municípios puderam sanar dúvidas, fazer propostas e apresentar novas concepções em busca de um melhor encaminhamento. Também ficou definido que todos os 17 prefeitos integrantes do Cisvale serão convocados para uma nova reunião com a Unisc, a partir da qual deliberações poderão ser feitas em nível regional.

Estatísticas apontam cenário preocupante no longo prazo

Além da equipe da Unisc, esteve presente Marcos Kazmierczak. Engenheiro florestal e doutor em Desastres Naturais pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ele repetiu a palestra que há havia feito no dia 18 de junho, durante o Tá na Hora. O especialista apresentou uma série de estatísticas e previsões baseadas em diferentes modelos, com foco no Vale do Rio Pardo, para afirmar que muitos efeitos já são irreversíveis e o trabalho agora precisa ser de prevenção e adaptação em todos os sentidos.

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A última a falar foi a professora Priscila Mariani, coordenadora do curso de Agronomia e integrante do Centro Socioambiental da Unisc. Ela enfatizou que quando se fala de rios e bacias hidrográficas, as intervenções só terão êxito se todos os municípios participarem e trabalharem de maneira organizada. Neste ponto, acrescentou, é que a instituição se coloca à disposição para coordenar as ações e dar suporte técnico e científico. Tudo isso para garantir eficiência e agilidade em tudo o que será feito.

Presidente do Cisvale e prefeita de Sinimbu, Sandra Backes parabenizou a universidade pela iniciativa e pelo interesse em ajudar o Vale do Rio Pardo. “Quando vemos todos esses dados apresentados, percebemos que temos uma luta muito grande pela frente.” Ela frisou que muitas atividades já vinham sendo realizadas, algumas de maneira individual e outras coletivas, mas será necessário ampliá-las para alcançar os resultados desejados e, assim, ter exemplos consolidados de atuação para pleitear novas demandas.

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