A apreensão de 47 quilos de drogas realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Santa Cruz do Sul nessa terça-feira, 9, gerou um prejuízo estimado em R$ 300 mil para a organização criminosa armada e voltada ao narcotráfico e que domina o comércio de entorpecentes no Vale do Rio Pardo. Esse alto valor que circula no submundo do crime é algo que preocupa as forças policiais.
Conforme o delegado regional Luciano Menezes, a traficância costuma ser um delito lucrativo, porém em Santa Cruz do Sul acaba por ser muito mais em razão de uma peculiaridade. “Os usuários daqui têm uma diferença em relação aos de outras cidades que têm menos poder aquisitivo. Aqui se consome muita cocaína pura”, detalhou.
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“Essa quantidade apreendida, se misturada a outros elementos, pode render até 9 quilos de cocaína batizada. Mas aqui há uma fidelidade do público ao consumo desse entorpecente puro, que é extremamente caro”, complementou. Ao falar sobre o incansável trabalho da polícia para conter o avanço das facções criminosas e o comércio de entorpecentes, Menezes criticou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização da maconha.
No dia 26 de junho, foi fixada a quantidade de 40 gramas como critério para diferenciar usuários de traficantes. Segundo o delegado regional, existem campanhas como o Proerd da Brigada Militar e o Papo de Responsa da Polícia Civil que tentam conscientizar a juventude para não consumir substâncias entorpecentes, mas é algo que não se administra facilmente.
“Somos incansáveis no combate ao tráfico, muita embora tenha essa decisão recente do STF que é um absurdo. Tanto é verdade que isso está aí”, disse ele apontando para os mais de 40 quilos de maconha apreendidos. “É uma grande hipocrisia, pois o Estado não controla o fornecimento disso, como ocorre nos Estados Unidos. De qualquer forma, a polícia continuará defendendo os interesses da sociedade e da saúde pública.”
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