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O melhor da vida

Sempre fui muito conectado com as minhas raízes. Isso é feito principalmente através da busca de contato com amigos de longa data que não vejo há muito tempo. Nesse aspecto, as redes sociais oferecem preciosas ferramentas de busca capazes de viabilizar o encontro de pessoas queridas que se perderam nessas encruzilhadas ao longo da vida.

Na velhice, que é o meu caso, o hábito de resgatar contato com antigos parceiros, que em algum momento da minha trajetória foram importantes – e, por isso, inesquecíveis – se acentuou. Porém, a pandemia e a recente tragédia das enchentes de maio frearam um pouco a possibilidade de manter o hábito. Mas nem de longe arrefeceram essa chama de reencontro que conservo dentro de mim.

Nasci no hoje Bairro Bela Vista, no interior de Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Foi um dos municípios mais devastados pelas águas do Rio Taquari. O cenário é desolador, composto de bairros inteiros que desapareceram, deixando um rastro de destruição, dor e prejuízo. Há desânimo e depressão.

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Costumo passar, em média, dois finais de semana por lá. Minha rotina não mudo: gosto de caminhar pela cidade, entrar nas lojas e mercados, além de percorrer localidades do interior. Ali, há mudanças significativas. A maioria ostenta acessos pavimentados, se vê muitas casas confortáveis e propriedades rurais de produção diversificada. É uma paisagem muito diferente das estradas de barro ou de poeira que permearam a minha infância quando eu morava longe do centro da cidade.

Neste ano, como faço há muito tempo, reuni amigos em um bar de Porto Alegre, localizado na boêmia Cidade Baixa, para comemorar meus 64 anos. Há algum tempo o Bar do Beto é sede desse encontro anual de sessentões e outros ainda mais velhos. É uma oportunidade de rever pessoas que só vejo nessa comemoração. Em 14 de junho, ouvi, durante toda a noite, uma frase que resume o sentimento que compensa as agruras do cotidiano e enche de alegria o coração deste velho jornalista:

– Giba, raramente eu saio de casa, mas não poderia deixar de te dar um abraço e encontrar amigos de muitos anos que só encontro aqui. Teu aniversário já virou uma tradição! – repetem vários parceiros.

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É normal que alguns leitores considerem esse sentimento como uma nostalgia ou de tristeza recolhida. Em mim, porém, essas ocasiões fortalecem a lembrança de que fazer amigos é o bálsamo da vida, é o que realmente fica para sempre. Neste momento em que a idade pesa, faz toda diferença saber que a caminhada foi forjada por amizades duradouras.

Confrarias, grupos de amigos, fãs-clubes de velhos artistas e recordações da internet sobre produtos e hábitos antigos resgatam o que de melhor o ser humano pode conservar: as amizades.

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