Quis o acaso, ou a coincidência, que o novo romance que o escritor turco Orhan Pamuk, 68 anos, Prêmio Nobel de Literatura de 2006, vem escrevendo há quatro anos fosse sobre um surto de peste bubônica verificado em 1901, em pleno começo de século 20. A elaboração de Nights of Plage, o título em inglês (ou Noites de praga, na tradução para o português), acabou ocorrendo, curiosamente, em pleno período de pandemia global por causa do novo coronavírus.
Nascido e residente em Istambul, capital turca, Pamuk é conhecido por romances apoiados em profunda pesquisa histórica, seja sobre a sua terra natal, seja sobre outras regiões do planeta.
Em entrevista que concedeu há cerca de um mês para os periódicos El País e Página 12, Pamuk salientou que, no final das contas, se adaptou com naturalidade às orientações de quarentena para prevenção à Covid-19. Até a partir da elaboração do novo romance, no qual lida com as reações e as medidas contra a peste bubônica ao final do século 19 e no início do século 20, reflete que “todas as quarentenas funcionam se as pessoas têm medo”. Tendo medo, se cuidam; cuidando-se, se preservam e aos demais.
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Pamuk ainda comentou sobre a melhor maneira de ocupar o tempo enquanto as pessoas permanecem em casa. Ler é uma delas. “Se me perguntas se é como estar em uma prisão, te diria que não é. É uma jaula formidável. Estou em uma casa com 20 mil livros, posso ver filmes e ler o tempo todo. O que pode ser melhor do que isso?” Eis uma forma agradável e instrutiva de ocupar o tempo, segundo Pamuk.
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