A comunidade católica da Diocese de Santa Cruz do Sul recebeu nessa quarta-feira, 19, a informação mais aguardada dos últimos meses: a nomeação do novo bispo. Quem será o sucessor de dom Aloísio Alberto Dilli é o padre Itacir Brassiani.

A decisão chegou por meio de uma carta enviada diretamente do Vaticano, escrita em latim.
Um novo bispo era aguardado desde o ano passado, quando Dilli fez seu pedido de  renúncia, em 21 de junho. Essa é uma decisão comum dentro da Igreja Católica que precisa ser tomada quando o bispo completa 75 anos, idade definida para que ele se torne emérito, deixando as funções.

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Na manhã dessa quarta-feira, às 7 horas (horário de Brasília), meio-dia no Vaticano, o papa Francisco acolheu o pedido de renúncia apresentado por dom Aloísio ao governo pastoral de Santa Cruz. Dessa forma, o monsenhor Itacir Brassiani, que hoje atua como Superior Provincial para a América Latina dos Missionários da Sagrada Família, em Passo Fundo, prepara-se para assumir a Diocese.


Após a confirmação do nome, a assessoria da diocese realizou uma coletiva de imprensa conduzida por Aloísio Dilli, agora bispo emérito. “A escolha do novo bispo é realizada pela igreja, por meio de muita pesquisa, até de meses, para se chegar ao consenso do nome.” Ele lembrou que nesta sexta-feira vai celebrar o seu aniversário de 76 anos. “Acho que o papa quis me dar um presente com a nomeação do novo bispo”, brincou.

A partir de agora, Brassiani passa a ser chamado de monsenhor, por ser o candidato a bispo já nomeado aceito para o ministério. “Ele ainda não é bispo, por não receber a ordenação. Isso vai acontecer em uma cerimônia, provavelmente na Catedral,” explicou dom Aloísio.

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Conforme ele, a data da cerimônia deve ser decidida na próxima semana, durante o conselho de presbitérios, quando Brassiani virá a Santa Cruz. “O ato pode demorar até quatro meses, mas creio que aconteça antes”, frisou. Após assumir como bispo, Brassiani deve passar a residir no Bispado, no município.

Quem é

O padre Itacir Brassiani nasceu em Soledade, distrito de São José do Herval, no dia 28 de dezembro de 1959. Em 1962, sua família migrou para o Oeste de Santa Catarina, estabelecendo-se no município de Anchieta e dedicando-se à agricultura familiar. Itacir foi agricultor até os 16 anos, depois comerciário. Em 1977, formou-se técnico em contabilidade, exercendo a profissão de auxiliar de contabilidade por dois anos. Em 1979, foi catequista de crisma na Igreja matriz da paróquia Santa Lúcia, em Anchieta, também Santa Catarina.

Em 1980 foi admitido ao processo formativo dos Missionários da Sagrada Família, onde frequentou o Postulantado, licenciando-se em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo, em 1982. Foi ordenado diácono em novembro de 1986, e presbítero por dom José Gomes, bispo de Chapecó, no dia 21 de fevereiro de 1987, na paróquia Santa Lúcia, em Anchieta. É pós-graduado e mestre em Teologia Sistemática pelo Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte (MG), com dissertação sobre A ação do Espírito Santo na história segundo a obra de José Comblim.

Será preciso conhecer a diocese e o seu povo

O novo bispo, monsenhor Itacir Brassiani, 64 anos, falou com exclusividade na manhã dessa quarta-feira, 19, à Rádio Gazeta FM 107,9, durante o programa Estúdio Interativo, conduzido pelo jornalista Ronaldo Falkenback. Segundo o novo bispo, seu nome estava em uma lista com mais outros dois candidatos que foram sugeridos por padres, bispos e leigos, dentro de um processo complexo. 

“Há cerca de três meses, eu tive a confirmação do meu nome pelo Papa Francisco. Então tive um tempo para decidir se aceitaria ou não”, disse Brassiani. Ele ressaltou que a decisão da data de ordenação, que o torna oficialmente bispo de Santa Cruz, deve demorar um tempo. “Isso deverá acontecer após a primeira quinzena de setembro.”
Após ocupar o posto de forma oficial, Brassiani frisou que será preciso conhecer a diocese, as paróquias, os padres e as realidades social e cultural. “Estarei com os olhos e ouvidos atentos e com uma grande disposição para entender e acolher.”

Ouça a entrevista na íntegra

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