A história da Escola Estadual Afonso Martin Rohlfes, situada na localidade de Faxinal de Dentro, interior de Vale do Sol, será contada em um curta-metragem feito por estudantes. Produzido pela turma do 9º ano, sob a liderança do professor de história e geografia André Luís Marques de Assis, o vídeo contém depoimentos sobre a criação do educandário, fundado há 84 anos.
O grupo entrevistou pessoas que fizeram parte da instituição, incluindo alunos, professores e diretores. Entre elas, a educadora Cecília Maria Etges, de 86 anos, filha do patrono da escola, Afonso Martin Rohlfes. Cecília, que atuou na instituição durante a década de 1940, relatou aos estudantes a história do seu pai e sua dedicação ao ensino. Nascido em 1895, na Alemanha, Rohlfes veio ao Brasil após a Primeira Guerra Mundial e se dedicou à educação e à religiosidade.
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Para garantir o ensino na comunidade, o imigrante cedeu uma sala de sua casa para dar aulas, além de hospedar professores de Santa Cruz do Sul e Rio Pardo. “Ele sempre foi inquieto quanto à educação, principalmente porque havia muitos analfabetos no Brasil”, afirmou Cecília.
Em janeiro de 1940, foi fundado o Grupo Escolar Número 11, que atendia alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. As aulas eram realizadas no Salão Hagmann. Rohlfes reivindicou ao governo do Estado a construção de um prédio escolar. Em 1958, fez o pedido ao então candidato a governador Leonel Brizola durante uma visita à região. Dois anos depois, a escola adquiriu o próprio prédio, construído no terreno doado por Rohlfes.
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Durante a conversa com Cecília, os alunos prestaram uma homenagem ao seu pai e cantaram o hino da escola, na qual ele é referenciado. “Tenho certeza de que ‘seu Afonso’ recebeu agradecido a homenagem. Com certeza, está vendo a semente por ele plantada nesta terra, em Faxinal de Dentro, multiplicar-se e frutificar, mostrando que os talentos estão recebendo atenção e incentivo para florescerem”, disse.
Para saber
O trabalho também apresenta o cenário político no período em que a escola foi fundada. Explica ainda a relação com a Campanha de Nacionalização, instituída por Getúlio Vargas entre 1939 a 1945, que proibiu o uso e o ensino da língua alemã no Brasil. “E a nossa escola nasce nesse contexto, da criação de instituições públicas para diminuir a presença de escolas particulares, que eram identificadas com os alemães e, teoricamente, poderiam promover uma infiltração nazista no Brasil”, explicou o professor.
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Em julho, a comunidade escolar poderá assistir ao curta-metragem. É o terceiro projeto cinematográfico realizado pelo 9º ano. Anteriormente, foram produzidos vídeos sobre a presença de negros no município de Vale do Sol e a criação do Grêmio Estudantil da escola.
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